V Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária

Enviado por Thayssa Nobre em Qui, 19/05/2022 - 09:40

Com mesas de debates, exposições culturais, vendas de produtos agroecológicos, apresentações de artistas locais, a Universidade do Estado do Pará (Uepa) abre as portas para receber a V Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária, nos dias 19 e 20 de maio, com o intuito de incentivar a discussão sobre a relevância da agricultura familiar, além da luta camponesa pela terra na Amazônia, com a proposta de integrar a comunidade acadêmica na valorização dos movimentos sociais. Com o tema Reforma Agrária Popular nas Amazônia: Por Terra, Pão e Território, a programação acontece no hall do bloco VI do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE), com início às 9h e término às 19h.

Para estimular o contato entre a sociedade, movimentos sociais e universidades, a jornada é realizada em todo país. No estado do Pará, integram este núcleo a Uepa, a Universidade Federal do Pará (UFPA), o Instituto Federal do Pará (IFPA), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Grupo de Movimentos Sociais, Educação e Cidadania na Amazônia (GMSECA) e o Grupo de Pesquisa de Territorialização Camponesas na Amazônia (GPTECA), ambos do CCSE. Em defesa da agricultura familiar e contra o agronegócio intensificado que desmata a natureza, o MST luta pelo direito a terras e, principalmente, pela reforma agrária no Brasil, tendo como mecanismo de luta a ocupação em terras improdutivas, por meio de assentamentos, e ocupa propriedades que não exercem sua função social, conforme prevista na Constituição Federal de 1988.

Engajado na causa, o estudante de Ciências Sociais e membro do GMSECA – grupo que busca compreender os movimentos sociais e seus atravessamentos políticos, sociais, econômicos, religiosos, cultural e sindical, a fim de analisar suas articulações e conflitos existentes ao decorrer de sua trajetória –, Gabriel Melo defende que a jornada universitária é fundamental: “em um contexto onde o desmatamento, o latifúndio, o agronegócio têm crescido, é importante ver que existe um grupo resistindo e produzindo”. Além disso, ele deseja que o evento possa aproximar a comunidade acadêmica e a sociedade aos trabalhadores rurais sem terra e fazer com que percebam a diversidade de alimentos produzidos a partir da agroecologia.

Juntamente com as discussões, acontece a Feira da Reforma Agrária, com barracas de agricultores dos assentamentos Abril Vermelho, localizado no município de Santa Bárbara, e Mártires de Abril, de Mosqueiro, além do acampamento Terra Cabana, situado em Benevides. Uma diversidade de produtos amazônicos está à venda, entre plantas, frutas, compotas, bolos, beiju, cachaça de jambu aromatizada com canela. 

 

Texto: Thayssa Nobre (Ascom Uepa)
Fotos: Laís Teixeira (Ascom Uepa)