Palestra aborda educação superior como comércio no Brasil

Enviado por Josi Mendes em Qui, 21/05/2015 - 00:00

No auditório Paulo Freire, o professor doutor Valdemar Sguissardi, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) abordou “A mercantilização da educação superior no Brasil 1992 – 2012: a formação e a qualidade que interessam ao mercado”. Palestra faz parte da programação da XX Semana Acadêmica do CCSE.

No penúltimo dia da XX Semana Acadêmica do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE), a Universidade do Estado do Pará (Uepa) recebeu o professor doutor em Ciências da Educação, Valdemar Sguissardi, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), em São Paulo. No auditório Paulo Freire, ele palestrou sobre A mercantilização da educação superior no Brasil 1992 – 2012: a formação e a qualidade que interessam ao mercado.

Valdemar mostrou dados referentes ao crescimento de instituições de ensino superior particulares no Brasil. Segundo ele, grande parte das universidades tem trabalhado unicamente para fins lucrativos e não de ensino.

“A educação superior no Brasil ainda é muito deficitária, tanto em quantidade quanto em qualidade. E apesar de todos os esforços do governo, a privatização e mercantilização estão sobrepondo à universidade pública. De cada 100 instituições de ensino superior, cerca de 80% são privadas mercantis, de fins lucrativos’’, explicou.

O professor ressaltou que o resultado do ensino direcionado nos lucros traz consequências aos professores e alunos. “Temos cerca de 1 milhão de alunos no ensino superior ou 20% do total das matrículas privadas do país. Que formação e que qualidade de formação é possível visualizar? Vão formar gente útil ao mercado, que se iludem com o título e são produtoras do lucro para as empresas. Alunos perdem e professores são mal pagos’’.

Ele ainda destacou que, embora o crescimento de adesão ao ensino público seja menor, nessas instituições há incentivo para o tripé da educação - ensino, pesquisa e extensão.  ‘’Profissionais formados por universidade mercantilistas não serão gente de formação crítica, autônoma, como as pessoas que fazem pós-graduação em públicas. Esse tem sido o quadro da educação no Brasil’’, avaliou. 

Texto e foto: Renata Paes