Pedro Fernando da Costa Vasconcelos, professor da Universidade do Estado do Pará (Uepa), está novamente na listagem dos 100 mil cientistas mais influentes do planeta. O pesquisador está classificado entre os 2% mais influentes do mundo em suas áreas de atuação, segundo o ranking Updated science-wide author databases of standardized citation indicators, publicado pela Editora Elsevier e elaborado em conjunto com a Universidade de Stanford, dos Estados Unidos (EUA). O nome do professor também constou neste ranking mundial de melhores cientistas, publicado no ano de 2020.
O ranking avalia o impacto da atuação de cientistas de diversas instituições ao redor do mundo, com base em registros do Scopus, um dos mais importantes bancos de dados de resumos e citações científicas, cujas informações estão atualizadas até 2022. A análise leva em consideração critérios como o número de citações dos autores em trabalhos científicos.
Professor há 15 anos do curso de Medicina do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), Vasconcelos possui expertise nas áreas de microbiologia, medicina tropical e patologia, com ênfase em virologia, epidemiologia, biologia molecular de vírus, patogenia e descrição de novos arbovírus e neurociências, e neuroinfecções causadas por arbovírus. Com uma vasta produção científica e publicação de mais de 348 artigos e 60 capítulos em periódicos e livros científicos no Brasil e no exterior.
Pedro Vasconcelos expressou sua alegria e humildade ao receber a notícia de que sua produção de conhecimento segue entre as mais influentes internacionalmente. Ele vê esse reconhecimento como um testemunho do valor da ciência para o estado do Pará e para o Brasil. "Entendo ser um reconhecimento aos estudos científicos que tenho desenvolvido. Estar nesse ranking destaca a importância da ciência no país e fico feliz em fazer parte desse seleto grupo, onde pretendo ver mais pesquisadores locais", disse. Considerando que "a ciência sofreu ataques nos últimos anos", ele enfatizou a imparcialidade do ranking, que não possui viés político. "A análise do ranking é muito positiva, uma vez que é uma avaliação realizada no exterior e, portanto, não sofre influências internas, externas ou políticas", ressaltou.
Trabalhos científicos do professor receberam centenas de citações, destacando-se como referências na área. Entre os estudos de maior repercussão mundial do cientista está o artigo original que descreve pela primeira vez no mundo os casos de microcefalia em crianças filhas de mães que se infectaram com o Zika vírus durante a gravidez, publicado na Revista Science, que alcançou o número de 918 citações em diversos artigos. Outro artigo científico impactante é seu estudo sobre a patogenia da microcefalia e as respostas imunes inatas e adaptativas em casos fatais causados por Zika vírus, publicado na Scientific Reports do grupo Nature, com 4.970 citações, sendo o artigo sobre Zika com maior número de citações no mundo.
Histórico
Pedro Vasconcelos, natural de Monte Alegre (PA), nasceu em 1957, é formado em medicina pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e obteve seu doutorado em Medicina e Saúde pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Além disso, ele realizou um pós-doutorado na área de microbiologia com especialização em virologia molecular na University of Texas, nos Estados Unidos. Ele também é professor e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Biologia Parasitária na Amazônia da Uepa, em colaboração com o Instituto Evandro Chagas (IEC), onde já atuou como diretor.
Durante a pandemia de Covid-19, o professor Vasconcelos desempenhou um papel fundamental como presidente do Comitê de Biossegurança da Universidade do Estado do Pará, além de fazer parte da equipe que conduziu o inquérito soro-epidemiológico em municípios paraenses, uma iniciativa do Governo do Estado.
No último mês de agosto, Pedro Vasconcelos recebeu uma homenagem da Rede de Laboratórios de Diagnóstico de Arboviroses (Relda), em Santo Domingo, capital da República Dominicana, durante a reunião anual da Rede. Localizada em Washington (EUA), a Relda faz parte da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) e é composta por vários laboratórios de referência do continente Americano para as arboviroses.
O professor Vasconcelos é membro titular da Academia Brasileira de Ciências e já foi agraciado com a Comenda Nacional do Mérito Científico pela Presidência da República, bem como a Comenda do Mérito Médico, em 2018. Também foi homenageado pela Assembleia Legislativa do Estado do Pará com a Comenda do Mérito Cabanagem (2017).
Texto: Diane Maués (Ascom Uepa)
Foto: Acervo Pessoal