Ao apresentar uma análise sobre a influência do histórico do compositor e maestro Antônio Carlos Gomes durante a belle époque na cidade de Belém, o Núcleo de Pesquisa em Música Vicente Salles (NUPEM), da Universidade do Estado do Pará (Uepa), promoveu o lançamento do livro Tão Longe e Tão Distante: a presença de Antônio Carlos Gomes na Belle Époque de Belém do Pará, no último dia 15. A obra é de autoria do musicólogo e professor da Uepa, Jonas Arraes, coordenador adjunto do NUPEM e pesquisador do grupo de pesquisa EMPODERA.
O livro advém da tese homônima em Musicologia Histórica, resultado da pesquisa de doutorado de Jonas Arraes, defendida na Universidade de Campinas (Unicamp). O estudo se detém na história de Carlos Gomes em Belém, entre os anos de 1882 a 1896, e a receptividade de suas óperas nas temporadas líricas do Theatro da Paz. Professor Jonas realizou pesquisa bibliográfica na literatura especializada sobre a vida e a obra do maestro, bem como um levantamento nas fontes documentais e jornalísticas da segunda metade do século XIX.
“A partir das pesquisas, que subsidiaram as aulas de história da música no Pará, artigos e outros escritos, fui desenvolvendo, desde 1996, quando participei das efemérides comemorativas ao centenário de Gomes em Belém, um acervo de informações que foram sistematizados na produção da tese de doutoramento em Musicologia Histórica, defendida na Unicamp, em fevereiro de 2022”, contou o professor, sobre o processo de desenvolvimento da obra.
O livro Tão Longe e Tão Distante: a presença de Antônio Carlos Gomes na Belle Époque de Belém do Pará se desenvolve em três capítulos. O primeiro é dedicado a apresentar ao leitor a cidade de Belém no tempo de Carlos Gomes. No segundo e terceiro capítulos, Jonas apresenta as relações de Carlos Gomes com o Pará, no tempo do império e da república, narrando vários eventos, que explicam as causas de Carlos Gomes se deslocar de tão longe e tão distante dos locais por onde habitualmente circulava (São Paulo, Rio de Janeiro, Milão, Lisboa, Estados Unidos etc.) para vir a Belém, em quatro vezes distintas, entre 1882 e 1896, ano em que faleceu aos 60 anos de idade.
De acordo com o professor, o trabalho promete enriquecer o conhecimento sobre o legado cultural e musical para a cidade de Belém. A publicação traz informações novas e ilumina pontos obscuros da relação que o maestro teve com a sociedade paraense, o que contribui para uma melhor compreensão histórica dos fatos acontecidos naquele tempo”, disse Jonas Arraes.
Ontem, 22, a Academia Campinense de Letras, em Campinas (SP), recebeu a segunda etapa do lançamento oficial do livro. O evento reuniu acadêmicos, pesquisadores, músicos e entusiastas da cultura paraense para celebrar e discutirem os insights apresentados na obra.
Texto: Messias Azevedo (Ascom Uepa)
Foto: Acervo do pesquisador