Uepa realiza seminário voltado à conscientização sobre TDAH

Enviado por Messias Azevedo em Qua, 20/09/2023 - 15:23

 

Nesta quinta-feira, 21, às 16h, será realizado o primeiro Seminário de Conscientização sobre Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O evento ocorrerá no auditório Paulo Freire, do Centro de Ciências Sociais e da Educação (CCSE) da Universidade do Estado do Pará (Uepa) e é promovido de forma interinstitucional, por meio do CCSE da Uepa; do Núcleo Acessar, da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA); do projeto A Inclusão Começa Aqui e da Clínica Rapport.

Na programação, constam palestras com as seguintes temáticas: Tipos de Transtornos de Aprendizagem; Mitos e Verdades sobre o TDAH; Eu Tenho TDAH; TDAH na Vida Adulta; O que diz a Lei 14.254/21; TDAH e Inclusão Escolar: Aspectos Psicopedagógicos e Organização da Escola; e A Violência Psicológica na Relação entre Aluno com TDAH e Professores. Algumas das apresentações serão conduzidas por palestrantes com TDAH, como forma de desmistificar o transtorno.

O objetivo do evento é conscientizar os participantes a respeito da necessidade de conhecimento sobre o TDAH, que é caracterizado como um transtorno neurobiológico com causas genéticas, ambientais e biológicas, cujas características envolvem falta de atenção, inquietação e impulsividade, que se manifestam na infância.

Conforme afirma a professora da Uepa, Scheilla Abbud Vieira, cerca de 60% das crianças e adolescentes com TDAH se tornarão adultos com alguns desses sintomas, de forma mais atenuada. “Ter uma pessoa com TDAH em casa, na escola e no trabalho é lidar com agitação motora e mental constantes. Geralmente, são pessoas que falam muito, saltando de um assunto a outro sem aparente conexão entre eles; que iniciam várias tarefas ao mesmo tempo e têm extrema dificuldade em concluí-las e mesmo priorizá-las; que se distraem facilmente com estímulos externos ou seus próprios pensamentos; que têm dificuldade em permanecer sentadas por longo tempo ou atentas em atividades que não lhe sejam interessantes; e dificuldade em refrear impulsos, por isso agem e falam sem refletir ou esperar sua vez”, explica a docente, que se dedica aos estudos voltados à Educação Especial.

Por outro lado, segundo Scheilla Abbud, as pessoas com TDAH costumam ser criativas e ter bom desempenho intelectual, especialmente nas áreas de seu interesse. “Também são resilientes, em razão das dificuldades que a falta de compreensão da sociedade provoca, e costumam ter hiperfoco nos assuntos de sua predileção, o que pode ser canalizado nos estudos e no trabalho”, complementa.

A importância do seminário se deve à necessidade de informar a sociedade a respeito da condição do transtorno, para que a partir disso seja possível buscar orientação e atendimento adequado, desmistificar conceitos errôneos e apresentar as possibilidades e habilidades que as pessoas podem ter, em decorrência do quadro de TDAH. “A conscientização da sociedade é necessária, considerando que a pessoa com TDAH, especialmente quando não tem diagnóstico, é considerada preguiçosa, descompromissada, bagunceira e irresponsável, rótulos que são prejudiciais a sua autoestima e que podem conduzir a sua exclusão”, conclui a professora Scheilla Abbud.
 

Texto: Monique Hadad (Ascom Uepa)
Foto: Canva