A data de 15 de outubro celebra o professor, uma das mais nobres profissões na história da humanidade. Com o papel de formar cidadãos, com a transmissão de conhecimento e o auxílio na construção do futuro, os professores também inspiram os alunos, se tornando agentes de transformação social.
Os professores mais antigos da Universidade do Estado do Pará (Uepa) representam uma parte valiosa da história e do legado educacional da instituição, que completou 30 anos em 2023. Ao longo dessas três décadas, os educadores contribuíram de forma decisiva com o crescimento da Universidade, ajudando a consolidar a rede de educação superior no Pará.
Osvaldo Magalhães, professor do curso de Educação Física, do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Uepa, conta que a inspiração para se tornar professor veio ainda criança, quando, frustrado com as aulas de Educação Física na escola - que se resumiam a brincar com bola -, percebeu que “amava esportes, mas queria saber mais; não apenas ver ou tentar fazer de forma errada. Meu desejo era ser um atleta e professor de Educação Física para ter a oportunidade de mudar aquele triste quadro de desorganização e desorientação das aulas da disciplina”, enfatiza.
O caminho mais fácil seria criticar o professor. Mas Osvaldo sentiu que podia fazer diferente. “Eu encontrei o verdadeiro sentido da minha vida: o meu propósito. É ele quem me move e sustenta o meu amor pela Educação Física”, ressalta.
Após experiências na escola que o levaram a organizar os torneios esportivos onde estudava, Osvaldo Magalhães fez vestibular em 1970 para o curso de Licenciatura em Educação Física. Após a formatura, ele foi convidado pelo professor Nagib Matni, então diretor da Escola Superior de Educação Física, onde o curso era ofertado, para compor o quadro de docentes da instituição.
Criação da Uepa
Na época, a Uepa ainda não havia sido criada. Resultado da junção das faculdades estaduais de Enfermagem, Medicina, Educação Física e Educação, por meio da Lei Estadual nº 5.747, sancionada pelo então governador Jader Barbalho em 1993, a Uepa consolidou a formação superior nas áreas de Educação e Saúde, desde então vem ampliando as ações de ensino, pesquisa e extensão, agora incluindo a área de Tecnologia.
Quem também viu a instituição nascer e se tornar referência foi o professor Paulo Lima, do Centro de Ciências Naturais e Tecnologia (CCNT), que entrou na universidade em 1994, iniciando sua carreira acadêmica. “Eu acompanhei o crescimento e a expansão da Uepa, que hoje oferece cursos de graduação, pós-graduação, extensão e pesquisa em diversas áreas do conhecimento”, informa.
Expansão pelo Pará
Presente em 11 das 12 regiões de Integração do Pará, com 23 campi em 18 municípios, a Uepa também se expande por mais de 70 municípios por meio de programas como o Forma Pará, em parceria com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet); Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB) e Programa Nacional de Formação de Professores (Parfor). A Uepa já soma 1.295 docentes, e conta com mais de 17 mil alunos.
O professor Paulo Lima também destaca que a Uepa foi essencial para o crescimento profissional, já que a instituição mantém incentivos para a formação dos professores, investindo na qualificação profissional por meio da pós-graduação. O docente participou ainda “de projetos que levaram educação de qualidade para vários municípios do interior do Pará, contribuindo para o desenvolvimento regional e nacional”.
Com vasta experiência e conhecimento acumulados ao longo dos anos, os professores da Uepa têm sido mentores e orientadores, transmitindo não apenas o conteúdo acadêmico, mas também valores, ética, respeito e amor pelo aprendizado.
Décadas de dedicação
Com mais de 50 anos de profissão, o professor Osvaldo Magalhães ressalta que o “amor e a dedicação que eu nutro pela minha profissão e vocação, pelos meus alunos e pela instituição se multiplicam a cada ano. Neste tempo de magistério, dentre muitas realizações e dissabores que são eventos naturais e plenamente aceitáveis, trabalhar na Uepa com os meus alunos é a minha realização profissional, que alegra meu coração todos os dias e me move a lutar pelo meu propósito, cuja finalidade é instruir, educar, formar professores e mentes saudáveis dispostas a lutar não por um diploma, mas por uma causa”.
Paulo Lima também destaca a importância de fazer parte da instituição: “Eu sou muito grato à Uepa por todas as oportunidades que me ofereceu e pelo reconhecimento do meu trabalho. Eu me sinto honrado em fazer parte dessa comunidade acadêmica, que se dedica a difundir o conhecimento com excelência em todo o Estado do Pará”.
A Uepa, ao reconhecer e honrar os professores mais experientes, parceiros na construção de um ensino público de qualidade, celebra a dedicação e o compromisso ao longo dos anos. Professores como Osvaldo Magalhães e Paulo Lima representam a continuidade da excelência educacional da instituição e a ligação entre passado, presente e futuro. Seus legados perdurarão por muitas gerações, deixando uma marca indelével na história da Universidade e no avanço educacional do Pará.
Texto: Marília Jardim (Ascom Uepa)
Fotos: Pedro Guerreiro e David Alves (Agência Pará)