1º Campeonato Norte/Nordeste de Kung Fu mobiliza comunidade

Enviado por Viviane em Seg, 17/06/2019 - 14:42
A modalidade Kung Fu vem ganhando cada vez mais adeptos ao redor do mundo e, por essa razão, no último domingo, dia 16 de junho, ocorreu o 1º Campeonato Norte/Nordeste de Kung Fu, no Ginásio Almir Gabriel. O evento contou com a parceria entre o Instituto Confúcio da Universidade do Estado do Pará (Uepa) e a Federação de Kung Fu do Pará, e com apoio da Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer e Juventude de Ananindeua (Secelj). A competição serviu de torneio classificatório para o campeonato brasileiro da modalidade que será realizado ainda no ano de 2019.
 
Para a Federação de Kung Fu, a parceria com o Instituto Confúcio é significativa e engrandecedora para o futuro da modalidade na região Norte. Além disso, os atletas podem acessar os serviços oferecidos pelo Instituto chinês, a exemplo do curso de Mandarim, da arte marcial do Tai Chi Chuan e das bolsas de estudo que oferecem a possibilidade de ir estudar na China, a partir de programas específicos e seletivas. “O Instituto Confúcio vem para fomentar de diversas formas o esporte amador e no contexto do Kung Fu fortalece a consolidação da modalidade dentro da sociedade paraense, além de pensar no futuro, quem sabe um dia levarmos nossos atletas para competições internacionais como as olimpíadas?”, comentou o diretor brasileiro do Instituto Confúcio, Antônio Silva.
 
A Universidade do Estado do Pará (Uepa) é uma instituição que incentiva a sociedade paraense, por meio do ensino superior, e também realiza atuações que ultrapassam os muros da Instituição com o objetivo de encorajar a formação cidadã a partir do direito a vida, o conhecimento e o lazer. “Esse tipo de evento, como o I Campeonato Norte/Nordeste de Kung Fu, são momentos de fortalecimento da cultura por meio da sociabilidade criada pelo esporte coletivo do Kung Fu e nós enquanto instituição acreditamos que é preciso desenvolver espaços e eventos que promovam esses momentos para a sociedade, pois a Universidade é muito mais que ensino”, ponderou o vice-reitor da Uepa, Clay Chagas.
 
O torneio contou com a participação de diversas associações de Kung Fu, da região metropolitana de Belém e da cidade de Manaus, entre elas, a Associação Chinwu-ACAO, o Instituto Renan Felizardo de Artes Marciais-IRFAM, o Instituto Black Diamond, o Lai Day Chung, a Associação Souza Filho de Artes Marciais, a Associação Guerreiro de Artes Marciais, o Instituto Lavareda e outras academias de artes marciais.
 
Entre tantos competidores, Renan Felizardo é um dos que se destacou ao participar da competição representando o Instituto Confúcio e o IRFAM. Além de possuir uma carreira expressiva, o atleta que já conquistou diversos títulos de campeonatos como o Pan Americano, Campeonato Paraense e o Brasileiro, foi homenageado durante a abertura do Campeonato.
 
Outra competidora que chamou a atenção foi a atleta Agatha Cristie, de 14 anos, que estava representando a Associação Chin Wu-ACAO e ganhou duas modalidades durante o torneio. Ela já ostenta uma trajetória com mais de dez pódios de primeiro lugar entre as competições regionais e ontem estava particularmente empolgada para a disputa pela bolsa ofertada pelo Instituto Confúcio. “O Kung Fu me mostrou um estilo de vida, além de ter aberto as portas para o meu futuro, por isso estou cheia de motivação para disputar todas as lutas e tentar ficar bem colocada na seletiva para a bolsa oferecida pelo Instituto Confúcio”, explicou a atleta juvenil.
 
O evento é um marco no Estado do Pará, pois o Kung Fu nunca teve tamanho reconhecimento com a comunidade. Para os atletas da modalidade o 1º Campeonato Norte/Nordeste de Kung Fu funcionou como um momento de seleção entre as associações e academias de Kung Fu envolvidas na disputa de uma vaga para representar o Norte no certame nacional. “A importância dessa parceria se reflete na esperança de muitos atletas estarem mais próximos com a cultura chinesa, de onde o Kung Fu se originou, e dessa maneira começar a desenvolver de forma mais direta e imersiva uma cultura do Kung Fu no Estado do Pará”, afirmou o presidente da Federação Paraense de Kung Fu, Pablo Silva.
 
SOBRE O KUNG FU
 
Existem diversas lendas sobre a verdadeira origem deste estilo, mas a mais conhecida narra a história de um monge chinês chamado Ta Mo, que subiu numa montanha e começou a observar o movimento dos animais, as posições que lutavam e também como se defendiam. A partir dessa observação surgiu o Kung Fu, que para os orientais é considerado uma arte, e não uma luta.
 
O termo Kung Fu se popularizou no final dos anos 60, pela repercussão dos filmes de artes marciais, estrelados por atores como Bruce Lee e Jackie Chan, além dos seriados na televisão.
 
O Kung Fu tem o objetivo de trabalhar não apenas o corpo, mas também o desenvolvimento pessoal, criando disciplina, persistência e respeito aos limites dos indivíduos. Ele estrutura o corpo e a mente fazendo com que as pessoas aprendam a serem derrotadas, e encarem novos obstáculos sem desistir ou desanimar.
 
Ao longo dos anos, o Kung Fu foi reformulado. Atualmente existe o Kung Fu moderno, que é mais voltado para os atletas que estão preocupados com a constituição corporal, enquanto que o Kung Fu tradicional  ainda foca parte essencial do treinamento na filosofia chinesa, podendo ser praticado por pessoas de todas as idades.
 
 
Texto: Viviane Nogueira / Daniel Leite Jr
Fotos: Daniel Leite Jr