Alunos de Relações Internacionais participam de acolhida

Enviado por Dayane Baía em Qua, 16/08/2017 - 19:34

Izabelle Santos é uma das aprovadas no processo seletivo do novo curso de Bacharelado em Relações Internacionais da Universidade do Estado do Pará (Uepa), em parceria com a Escola de Governança Pública do Estado do Pará (EGPA). Ela participou da programação de acolhida aos graduandos ocorrida no dia 16 de agosto, em Belém. 

O sonho antigo havia sido adiado pela falta de oportunidade em uma instituição gratuita. “Será a minha segunda graduação, eu estava em busca de mestrados, mas para todos eu teria que sair do estado. Então quando abriu a seleção, eu me inscrevi logo”, declarou. Naquele momento ela não poderia imaginar a trajetória entre o planejamento inicial até o ingresso da tão esperada turma, que foi explanada pelo Diretor da EGPA, Ruy Martini Santos Filho, ao dar as boas vindas aos alunos. “Foram dois anos de conversa, desafios enormes e articulação imensa envolvendo muitos parceiros que só teve êxito porque nós tínhamos um objetivo comum, que era chegar ao dia de hoje”, afirmou.

As aulas ocorrerão na EGPA e terão equipes técnicas das duas instituições, sem subjunção hierárquica. “Os graduandos dividirão espaço com outras pessoas, professores e alunos servidores que participam de cursos livres, nível médio e pós-graduação. Entretanto serão exigidos nos rigores da Uepa como os demais cursos”, afirmou Ruy.

O curso foi pensado de forma a contribuir com as demandas de relações com organismos internacionais focadas no Pará, não apenas quanto ao aspecto econômico, mas, sobretudo social e cultural. A relevância do curso para o estado surpreendeu Izabelle, que considera o formato diferente do que já havia pesquisado. “Esse primeiro contato foi muito bom para abrir as possibilidades. Eu não tinha pensado diretamente dessa forma, na integração da Amazônia a outros países”, contou.

O reitor da Uepa, Rubens Cardoso, apresentou a instituição que possui cerca de 16 mil estudantes. Ele também falou da posição estratégica do estado e do papel dos futuros profissionais. “O Pará como portal da Amazônia é a maior proximidade geográfica com o mercado externo e por aqui transitam desde a borracha no passado, as madeiras, as especiarias, até os minérios de hoje em dia. Dada a nova economia institucional, a agregação da cadeia global de valor é muito difícil e o preço é feito lá fora. Para diminuir o custo de transação, nós precisamos de bons interlocutores que façam essa mediação”, declarou.

A criação do curso está inserida na proposta do Pará Sustentável, que objetiva reduzir a pobreza e a desigualdade a partir das ações de incentivo ao desenvolvimento do Programa Pará 2030, lançado pelo governo estadual, voltado ao incentivo das cadeias produtivas para gerar emprego e renda. O programa de graduação do curso também tem a parceria da Universidade Mundial de Segurança e Desenvolvimento Social da Organização das Nações Unidas (ONU), a partir do Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para a Prevenção do Delito e Tratamento do Delinquente (ILANUD).

Esse panorama foi apresentado pela coordenadora de Relações Internacionais do Pará, Larissa Stein Chermont. Ela proferiu a palestra Os Governos Subnacionais e as Relações Internacionais: estado do Pará, em que foi evidenciada a organização do estado para o atendimento às prioridades locais quanto às relações externas com outros países. “A visão do profissional de Relações Internacionais deve ser pensada no contexto todo da economia e da sociedade. Você trabalha a sustentabilidade como um conceito que junta todas as questões. Não dá para pensar os números da economia sem considerar a vida das pessoas, as desigualdades”, afirmou.

Texto: Dayane Baía com informações da Ascom/EGPA

Fotos: Nailana Thiely