Avanços da Lei de Libras em debate na Uepa

Enviado por Fernanda Martins em Qua, 31/08/2016 - 07:56

Alunos e professores da Universidade do Estado do Pará (Uepa) se reúnem durante todo o dia de hoje para debater os avanços proporcionados pela Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Conhecida pelo público como Lei de Libras, ela reconheceu oficialmente a linguagem de sinais utilizada por surdos no mundo inteiro. Quatorze anos depois, convidados, surdos e ouvintes, compartilharam experiências e deram contribuições sobre o que avançou e o que ainda pode melhorar para garantir a acessibilidade e maior integração da população surda à sociedade.

O auditório Paulo Freire, no Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE), ficou lotado por interessados pelo tema. A coordenadora adjunta do curso de Libras da Uepa – única a oferecer a graduação na capital –, Raquel Gomes, ressaltou o papel da Instituição nesse processo de inclusão. “A Uepa já formou uma turma de Libras e, em 2015, desenvolveu um processo seletivo especial que inclui uma prova de Libras para que os próprios surdos pudessem participar da graduação. Como fruto disso, 18 alunos surdos ingressaram na Universidade em 2016”, contou.

A necessidade de acrescentar uma avaliação feita na linguagem de sinais se deve ao fato de muitos surdos serem alfabetizados nesta língua, tendo o Português como linguagem secundária. “Percebo que avançamos desde a promulgação da lei, mas ainda há muito a ser feito. Por isso a necessidade desse debate”, completou a coordenadora.

Para Sabrina Catarina, de 26 anos, surda e graduanda de Libras, o ingresso na Instituição foi a realização de um sonho. “Esperei oito anos para entrar na Uepa. Estava quase desistindo quando lançaram o processo seletivo especial. Estou gostando muito do curso”, disse a universitária, que tem entre as disciplinas favoritas a Psicologia da Educação e a Escrita de Sinais, outro ponto de debate do encontro. “Nem sabia que essa escrita existia antes de entrar na Universidade. Achei muito interessante”, conclui.

 

Texto: Fernanda Martins

Foto: Nailana Thiely