Entre os meses de janeiro e setembro deste ano, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) recebeu 409 casos de câncer de pele. Do total de casos registrados, 20 foram de melanoma maligno da pele, 317 outras neoplasias malignas da pele e 72 carcinoma in situ da pele. Para alertar sobre a doença, o Governo do Pará realiza a campanha "Dezembro Laranja" de conscientização das pessoas quanto à prevenção e tratamento adequados.
“O câncer de pele é um dos mais preveníveis e as pessoas devem ter atenção aos sinais para saber se são possuidoras da doença. Sabendo que existem fatores como a genética, a exposição solar e a cor da pele – quanto mais clara, mais facilidade de se queimar ao sol e mais propensa a desenvolver a degeneração carcinomatosa”, explica Amélia Lopes, médica professora do Departamento de Saúde Especializada da Universidade do Estado do Pará (Uepa). Segundo ela, a maioria dos casos pode ser resolvida com cirurgia, desde que sejam identificados de forma precoce.
É possível que a doença evolua tanto para peles sãs quanto para aquelas que já apresentam sinais que podem mudar de formato, tamanho, cor em processo inflamatório com ou sem presença de sangramento. O paciente deve ficar atento também a manchas escuras, vermelhidão, escamas, lesões que não cicatrizam, principalmente em casos de histórico de exposição solar.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), até 2023 o Brasil deve registrar 2.440 casos de câncer de pele não melanoma e 50 melanoma. Para não contribuir para esse quadro, é preciso aumentar a prevenção com o uso de fator de protetor solar UVA e UVB, observando os produtos de origem cosmética e farmacêutica - que possui maiores critérios da Anvisa para a proteção. Pessoas que trabalham em serviços externos também são expostas à radiação. Por isso, o uso de roupas com proteção, chapéus e óculos é importante. “O câncer surge também em áreas não foto-expostas, como mucosas, cicatrizes de queimaduras, ulcerações, entre outros”, complementa a médica.
Diagnóstico
Em caso de suspeita e confirmação de câncer, o paciente deve procurar unidades básicas de saúde que devem encaminhar para a rede de atendimento, via sistema de regulação. No estado, o diagnóstico e o tratamento inicial de pacientes são realizados na Policlínica Metropolitana em parceria com a Uepa. O tratamento com cirurgia, quimioterapia e radioterapia é realizado no Hospital Ophir Loyola, Hospital Universitário João de Barros Barreto, ambos em Belém; Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém; e Hospital Regional de Tucuruí.
Pacientes encaminhados para o Serviço de Dermatologia Prof. Miguel Saraty de Oliveira da Uepa passam por uma triagem e exame citopatológico para confirmar o diagnóstico. No local são oferecidos quatro tipos de tratamento: tópico, por meio de pomadas; sistêmicos, a partir do uso de comprimidos ou injeções; biológico, com o uso de medicamentos injetáveis anti-TNFs; e a fototerapia por meio da exposição da pele à luz ultravioleta. Dependendo do caso pode ser recomendado que o paciente seja submetido a cirurgias.
Texto: Dayane Baía (Secom)
Fotos: Bruno Cecim (Secom)