O conhecido Lixão do Aurá teve as atividades encerradas em junho do ano passado, à revelia dos catadores, que permanecem sem uma solução viável para o sustento. Buscando incitar a reflexão acerca do tema, o Programa de Mestrado em Ciências Ambientais da Universidade do Estado do Pará (Uepa) promove amanhã, 19 de maio, a exibição do documentário "Catadores de Sonhos", às 16h, na sala de videoconferência do Centro de Ciências Naturais e Tecnologia (CCNT), na travessa Enéas Pinheiro, 2626. Após a exibição do documentário, haverá um debate com a jornalista Úrsula Vidal, produtora do documentário.O documentário traz um mergulho profundo sobre os resíduos sólidos, e retrata aspectos relacionados às questões ambientais, econômicas e sociais dos catadores do lixão do Aurá – que foi o segundo maior lixão a céu aberto do Brasil. “A questão dos catadores não é um problema só das prefeituras, mas de toda a sociedade. A solução deste problema passa por todos nós”, observa o coordenador do Programa de Mestrado em Ciências Ambientais, Altem Pontes. Ele ressalta ainda o papel das instituições de ensino na conscientização da população sobre a necessidade da coleta seletiva, uma possível solução para esta situação.
“O papel que o catador desempenhava no aterro era importante. Devido à ausência da tradição da reciclagem pelas pessoas, muita coisa vem sendo perdida, enterrada no novo lixão. Ou seja, os catadores perderam a fonte de renda e a única melhoria perceptível é para as empresas envolvidas”, observa o coordenador. Para ele, há uma necessidade urgente da revisão do modelo de coleta de resíduos na grande Belém.
“O que jogamos no lixo é dinheiro. Não apenas os materiais recicláveis, mas o lixo orgânico, que pode ser transformado em um adubo rico para tantos agricultores familiares que atuam na Região Metropolitana. Precisamos iniciar este debate”, conclui Pontes. A exibição do documentário será aberta a todos.
Serviço: Documentário "Catadores de Sonhos", às 16h, na sala de videoconferência do Centro de Ciências Naturais e Tecnologia (CCNT), na travessa Enéas Pinheiro, 2626.
Texto: Fernanda Martins
Foto: Divulgação.