A pandemia do novo Coronavírus (SarS-CoV-2) trouxe novas perspectivas para o calendário acadêmico das Instituições de Ensino Superior (IES) em todo território brasileiro, por causa do isolamento social. E, com a Universidade do Estado do Pará (Uepa) não foi diferente. Dessa forma, pensando em estratégias para manter o interesse da comunidade discente, o Campus VII, localizado no município de Conceição do Araguaia, desenvolveu o I Ciclo de Lives, com diversas temáticas que envolvem a produção de conhecimento científico, social e cultural.
O I Ciclo de Lives foi um projeto experimental, idealizado pela coordenadora do campus, professora Nívea Barbosa, e realizado no período entre 11 de agosto e 17 de setembro. A programação contou com 27 lives de docentes da Uepa e de outras IES, que foram convidados para participar com temáticas dentro do âmbito pedagógico dos cursos ofertados no campus, e temas de interesse público.
“Percebemos a angústia de muitos discentes que entravam em contato, recebíamos notícias de alguns pensando em trancar matrícula, outros simplesmente abandonar, além do distanciamento do corpo docente, em virtude da suspensão das atividades no Campus VII. Após várias reuniões entre essa coordenação e a assessoria pedagógica, eu sugeri que criássemos uma rodada de lives. Realizamos o levantamento dos docentes do Campus que poderiam nos auxiliar nesse primeiro momento, e fiz, pessoalmente, as ligações telefônicas convidando-os a participarem do projeto. Daí alguns docentes se colocaram à disposição para fazerem contatos com outros profissionais de instituições externas. E, após a finalização, percebemos que essas atividades deram novo ânimo tanto para os discentes como também para o corpo docente, pois houve um sentimento de confiança de que as ações estão acontecendo, a Universidade está preparada para o retorno com foco no aluno para que os mesmos possam se desenvolver acadêmico e profissionalmente”, afirmou a coordenadora do Campus VII da Uepa, Nívea Barbosa
As lives foram desenvolvidas com o objetivo de manter o interesse da comunidade acadêmica e motivá-la a não perder o vínculo com a Uepa e com tudo que abrange o ambiente universitário e a produção de conhecimento de nível superior. “A motivação surgiu pela expectativa da retomada de volta à aulas, com grande possibilidade de ser não presencial, e, para que todos os professores do nosso Campus pudessem estar, de alguma forma, instrumentalizados para este momento. Sendo assim, a importância da realização desse projeto em meio à necessidade de isolamento social por conta do novo Coronavírus serve para testarmos quais são as nossas reais condições de trabalharmos com nossos alunos em uma realidade não presencial. Saber manusear as chamadas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC's) é tão necessário quanto discutir as suas limitações e potencialidades, pois saber que podemos ter uma assistência, após as formações, é essencial para que os professores se sintam amparados e encorajados a utilizar essas tecnologias educacionais”, ponderou o professor da Uepa, Raphael Gentil.
Intercâmbio - A programação do I Ciclo de Lives do Campus VII contou com IES, tanto do território paraense quanto de outros Estados, a exemplo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), que ministraram lives com diversos temas que envolveram saberes da pedagogia, educação física, feminismo, sociopolítica, saúde, identidade cultural, ecologia florestal, tecnologia, geografia, matemática e história.
A UFSJ foi a IES que participou com mais convidados, quatro docentes no total, e a experiência deixou um legado para esses professores, que durante uma das lives esboçaram a intenção de produzir um ciclo de lives na UFSJ em função dos resultados do projeto. “Foi um agradável convite recebido do professor e colega Geraldo Matheus, que proporcionou uma experiência rica de diálogo com os professores e alunos da Uepa. Porque acredito que é de grande relevância esse intercâmbio, pois permite oferecer aos alunos o contato com assuntos acadêmicos de importância no desenvolvimento de sua formação, mesmo diante do impedimento de realização das aulas presenciais, afinal funcionou de forma exitosa a proposta de promover e divulgar a informação e o conhecimento por meio do ciclo de lives e assim poder encontrar maneiras de superar as dificuldades impostas pelo momento da pandemia e após essa experiência percebemos o êxito do projeto e por isso esboçamos o nosso interesse em manter o diálogo com os pesquisadores da Uepa. Mas, certamente, a experiência das lives será compartilhada com os colegas da nossa instituição”, comentou a convidada da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), professora Maria Emanuela dos Santos.
Após o encerramento do I Ciclo de Lives e os resultados positivos do projeto na comunidade acadêmica, a coordenação do Campus VII já articula a produção do II Ciclo de Lives. Desta vez, a novidade ficará por conta de um processo seletivo para produção da nova programação.
“É muito importante a utilização dos recursos tecnológicos como suporte a educação remota, no qual proporciona a propagação do conhecimento, contribuindo com ensino e aprendizagem entre professor e aluno. Portanto gostaria de agradecer a coordenação do Campus VII por mesmo em um momento de calamidade, como a pandemia, ter conseguido proporcionar o ensino remoto com as lives, apesar das diversas dificuldades que apareceram, ainda sim, mantiveram o amparo e o acolhimento a nós”, disse a discente do sétimo semestre da Licenciatura Plena em Geografia, Daniara da Silva.
Texto/Fotos: Daniel Leite Jr