Ciências da Religião debate pluralidade de métodos

Enviado por Ize Sena em Qua, 16/11/2016 - 16:35
A pluralidade de métodos na pesquisa científica, a diversidade de grupos sociais e múltiplos conhecimentos envolvidos estão no centro das discussões do III Colóquio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião e da Jornada Acadêmica da Licenciatura em Ciências da Religião da Universidade do Estado do Pará (Uepa). As atividades conjuntas tiveram início nesta quarta-feira, 16 de novembro, e seguem até o dia 18, com conferências, mesas redondas e apresentação de trabalhos, nos campi I e III da Universidade, em Belém. 
 
O conferencista convidado para abertura do evento foi o doutor em Antropologia Social e professor titular da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Marcelo Ayres Camurça, que abordou a temática “Ciências da Religião: pluralidades de métodos”. Camurça apresentou um panorama sobre a ‘Ciência da Religião’ e as ‘Ciências da Religião’, sob o ponto de vista de diversos especialistas. Contudo, pela amplitude de campos do conhecimento e modos de aproximação com outras áreas, Marcelo defendeu a ideia das Ciências formadas com aporte em outras áreas do conhecimento, entre elas, a Antropologia, a Psicologia, e, inclusive, a Teologia e a Filosofia, com seus modos específicos de abordagem sobre a religião.
 
“Dá para falar em Ciência da Religião como única? Eu considero outras perspectivas para as Ciências da Religião, ou de forma mais ousada, Ciências das Religiões. É muito mais uma área disciplinar. A religião congrega diferentes pesquisadores de diversas formações em torno dela, e daí uma área disciplinar ou multidisciplinar, na medida em que há o diálogo. É uma estrutura aberta e dinâmica, não como método único, mas de diversidade metodológica”, explicou. 
 
Essa diversidade foi o cerne para esta edição do Colóquio, realizado em parceria com a Jornada. “As Ciências da Religião é uma área que carece de compreensão e discutir métodos é importante para que as pessoas tenham clareza do que significa. Essas dificuldades existem desde a nomeação ‘Ciência’, ‘Ciências’, ‘da Religião’, ‘das Religiões’”, afirma o coordenador do PPGCR da Uepa, Josias da Costa. “As Ciências da Religião prima pela diversidade, diversidade metodológica e interdisciplinaridade. O que está se discutindo agora é quais são as fronteiras desses métodos e as zonas de diálogo com outras ciências”, completou a coordenadora da graduação, Taissa Tavernard,  que também está à frente dos eventos.
 
A abertura contou com a presença da pró-reitora de Graduação, Ana Conceição Oliveira e do diretor do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE), Anderson Maia.
 
Programação
Nesta quinta, 17, a programação segue, às 10h, no Campus III com a conferência "Moralidade, Sexualidade e Religião”, ministrada pelo doutor em Teologia, André Sidney Musskopf. À tarde, a mesa redonda aborda a “Diversidade Religiosa: olhares sobre a Amazônia”.
 
Já na sexta, 18, das 8h às 12h, no Campus I, no bairro do Telégrafo, é a vez das Comunicações Orais nos Grupos de Trabalho. A mestranda em Ciências da Religião e egressa da Uepa, Kellem Borges, é uma das que se prepara para apresentar. “Sou proponente de GT e vou comunicar uma parte da minha pesquisa, que é sobre mística e poesia. Então vou propor como resumo, o símbolo a partir da poesia. Essa possibilidade é para discutir entre mestrandos e graduandos, que estão se inserindo na pesquisa, e também mostrar para o público da Uepa o que nós, cientistas da religião estamos fazendo no meio acadêmico, por meio da pluralidade dos métodos e da possibilidade de interagir todos esses métodos de outras áreas científicas, a partir do fenômeno religioso”, destacou a mestranda. 
 
O Colóquio consolida o processo de parceria entre os cursos de graduação e pós-graduação em Ciências da Religião da Uepa, que é a única universidade pública do norte de Brasil a ofertar o curso de licenciatura plena. O trabalho de formação do profissional começa na graduação, onde vários alunos são bolsistas de iniciação científica e do CNPq, culmina na colação e já no ingresso no mestrado.
 
 
Texto e foto: Ize Sena