Os estudantes de enfermagem da Universidade do Estado do Pará (Uepa) começaram, na manhã desta terça-feira (4), a segunda etapa da pesquisa epidemiológica que faz um levantamento de informações sobre a infecção pelo novo coronavírus nos paraenses. Ao todo, nessa nova fase, serão 37 bairros da capital e 14 bairros em Ananindeua e 227 profissionais envolvidos, entre estudantes e professores.
Segundo Clay Chagas, vice-reitor da Uepa, a pesquisa gera informações mais qualificadas que irão servir de base para a implementação de políticas públicas. “Nesse momento, além dos alunos levantarem informações sobre as condições socioeconômicas das pessoas e realizarem os testes, esses estudantes acabam ajudando também como instrumento de informação da ciência para a comunidade”, explica.
Uma das alunas que participa da pesquisa é a Letícia Camargo, acadêmica do 8º semestre de Enfermagem. “A primeira etapa foi bem cansativa, mas muito gratificante. A população agradece muito pela oportunidade de ter acesso ao teste, pois a maioria não tem acesso. Espero que nesta fase tudo ocorra bem e que nós possamos ajudar mais uma vez no levantamento dessas informações”, ressalta a universitária.
A dona de casa Telma Santos mora no bairro do Guamá, em Belém, e diz que a pesquisa ajuda os moradores dos bairros periféricos a entenderem melhor o cenário da doença no Pará. “Eu tive sintomas da doença, agora confirmei com o teste que tive mesmo a Covid-19 e tenho os anticorpos. Não tive acesso ao teste antes e, por isso, achei ótima essa pesquisa”, declara.
A segunda etapa da pesquisa epidemiológica, em Belém e Ananindeua, vai até a próxima segunda-feira, 10 de agosto.
Os resultados da primeira fase
Na primeira etapa da pesquisa, foram feitas 8.587 entrevistas em todas as oito regiões de regulação do Estado. Além do questionário, foi realizado o teste rápido.
No estado do Pará, um em cada cinco habitantes testaram positivo para a Covid-19. O número equivale a cerca de 1,3 milhão de pessoas que já possuem anticorpos para a doença ocasionada pelo novo coronavírus, o que representa uma positividade global de 21% e garante que grande parcela da população já foi infectada pela doença.
Os números gerais da pesquisa demonstram que 21% da população pesquisada, com mais de 12 anos, teve contato com o vírus no Estado; 78,5 testaram negativo e 0,5, inconclusivo. Esse resultado foi analisado dentro de uma amostra de mais de 8,5 mil testes realizados, com margem de erro menor que 3%. A amostragem da pesquisa foi composta por 63,3% de moradores da área urbana e 36,7% da área rural. Leia mais aqui.
Texto: Larissa Noguchi (SECOM)
Foto: Marcelo Seabra (SECOM)