Comunidade de Outeiro busca curso superior

Enviado por Anônimo (não verificado) em Seg, 13/06/2016 - 14:23

Um curso de graduação para atender a comunidade do Distrito de Outeiro, capacitá-la a satisfazer às demandas do mercado de trabalho e garantir meios para sustentar as famílias. Esse é o objetivo da Associação dos Pescadores da Beira Mar, que na última sexta-feira (10), na sede da Fundação Escola Bosque, apresentou uma proposta de implantação de curso aos dirigentes da Gestão Superior da Universidade do Estado do Pará (Uepa) e à presidência da Escola.

O presidente da Associação, Waldemir Pantoja, explicou que muitos jovens concluem o Ensino Médio em Outeiro e a continuidade da formação esbarra na dificuldade de deslocamento para a capital. Daí a proposta de instalar um curso nas dependências da Escola Bosque, que já oferece atividades de educação ambiental a crianças e jovens. Com a formalização da parceria com a Uepa, a Fundação também passaria a sediar as atividades para o ensino superior.

“Nós temos alunos de segundo grau que estão com dificuldade de sair da ilha devido ao transporte. Então, eles acabam o estudo e outros acabam sem fazer nada, ficam na praia, nas drogas e em outros caminhos. Quando a gente pensou nesse projeto com a Uepa é para que num futuro próximo seja implantado um curso de graduação. Mas se não der, pode implantar outro que esteja dentro da educação ambiental, e dê uma boa formação para o aluno e para o jovem”, desejou Pantoja.

De acordo com a presidente da Fundação Escola Bosque, Carol Rezende, a partir de agora, será feito um estudo para mapear a demanda junto à comunidade, e em seguida apresentar uma prévia do interesse de inscrição nos cursos, para que a Uepa possa avaliar e formalizar a parceria.

“A Funbosque atua com serviços essenciais à comunidade. E um dos anseios, identificado em 2014, é montar um polo de nível superior diante da dificuldade de deslocamento dos moradores para os centros de Belém ou faculdades mais próximas. Então, em parceria com o Governo do Estado conseguimos idealizar uma proposta de montarmos um campus em outeiro para atendimento de cursos voltados às características ribeirinhas, da localidade. Além de atingir a finalidade, acabou abrindo portas para outras possibilidades e vislumbrou-se até a necessidade e o incentivo de montar projetos de pesquisa aqui dentro da Fundação, por ela estar sediada dentro de um parque ambiental”, explicou Carol.

Na avaliação da Gestão Superior, a demanda por curso é socialmente justa e tecnicamente viável, visto que a Escola Bosque atende, além de outeiro, outras ilhas circunvizinhas, e dispõe de infraestrutura. "Entretanto, é necessário um bom estudo de demanda a fim de se adequar a oferta do curso não só às necessidades e expectativas dos futuros alunos, mas às características do mercado local, à logística e à disponibilidade de pessoal docente e de apoio. Além disso, uma vez que o curso só poderá ser desenvolvido no turno da noite, precisamos refinar e aperfeiçoar nossa metodologia para dar conta das atividades práticas", ponderou o vice reitor, Rubens Cardoso.

Após a reunião, foi feita uma visita técnica nas dependências da Escola, que dispõe de Biblioteca, Brinquedoteca, Salas de Aula, Coordenação Pedagógica, Refeitório, Laboratórios de Biologia, Química e Informática, auditório, quadras, entre outros espaços.

Texto: Ize Sena
Foto: Nailana Thiely