A Universidade do Estado do Pará (Uepa) celebra hoje o Dia da Consciência Negra com uma programação especial organizada pelo Centro Acadêmico de Letras (Calem). O I Sarau Afro traz uma programação rica com o objetivo levantar debates acerca do percurso histórico do povo afro-brasileiro até a consciência negra, a fim de desmitificar algumas questões e consequentemente conscientizar a nossa comunidade sobre a importância do assunto. O evento ocorre no espaço de convivência do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE) até às 18h e é aberto ao público.
Devido à persistência do preconceito e da intolerância com a nossa própria história e origem, o Calem viu a necessidade de celebração da data na Universidade. Outra intenção dos organizadores é mostrar como esse assunto pode ser utilizado no ambiente escolar através de práticas educativas, visto que isso é extremamente importante para a formação dos futuros professores e para a construção social e cultural do aluno.
Durante a manhã, Joana Chagas, do grupo "Xamã contadores de histórias", encantou os presentes com a história da princesa africana Taió. "Pesquisem as suas memórias, aprendam, repassem. São tantos personagens negros inspiradores na históriae cabe a nós reproduzir", disse. O grupo busca trazer a figura do xamã, que teria a responsabilidade de transmitir conhecimento e manter as tradições e cultura dos povos.
A mesa “Construção Histórica e Social da Consciência Negra” contará com a presença da estudante do quarto semestre de história da Uepa, Camila Borges, que falará sobre identidade, memória e resistência. O administrador e especialista em Saberes africanos e Afro Brasileiros na Amazônia, Ângelo Imbiriba, iniciado para o Nkisi (divindade) Kafunje como Tata Kivonda Kafunlumizo, no candomblé de Angola.
A oficina de turbantes reuniu diversas interessadas, que aprenderam com a aluna do segundo ano do curso de Letras - Língua Portuguesa, Rebeca Morais, a confeccionar o adorno. "Para mim, usar o turbante é muito natural, pois é uma herança da minha mãe, que usa e me ensinou ainda criança. Quis mostrar a importância dele nesse momento de conscientização, pois muitas pessoas observam com curiosidade quando usamos, como se fosse algo estranho, mas não deveria ser", observou. Durante a tarde de hoje, interessados terão oficinas de turbantes e de zouk. Os participantes receberão certificado de até cinco horas para cada uma das oficinas e para a mesa.
PROGRAMAÇÃO
I Sarau Afro
09h
- Vídeo: Um Longo Caminho Para Liberdade.
- Contação de História, pelo grupo "Xamã Contadores de Histórias"
Oficina de Boneca Abayomi
Oficina de turbante
12h – INTERVALO: Vídeo Beyonce
15h
Conto "O Filho do Vento", por Henrique Lobato.
Dança circular com músicas tradicionais da cultura Afro.
15h30
Mesa Redonda: CONSTRUÇÃO HISTÓRICA E SOCIAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA.
17h30
Oficina de turbante
Oficina de zouk
Texto: Fernanda Martins
Foto: Nailana Thiely