Educação Inclusiva é tema de pesquisa de doutorado

Enviado por Marilia Jardim em Qua, 11/08/2021 - 08:19

É com o objetivo de entender as práticas pedagógicas na Educação Especial, Educação Inclusiva e, principalmente, na Educação dos Surdos, que o doutorando do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED) da Universidade do Estado do Pará (Uepa), Huber Kline, vem desenvolvendo pesquisas. Egresso do Mestrado no mesmo PPG e professor de Língua Brasileira de Sinais (Libras) no Instituto de Letras e Comunicação (ILC) da Universidade Federal do Pará (UFPA), Huber também é líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação de Surdos (Gepesur), na Federal paraense.

 

“A Pós-Graduação iniciou-se com o Mestrado em Educação pelo PPGED da Uepa. Neste programa, pesquisei sobre a Teoria das Representações Sociais, a partir das perspectivas de cinco professoras que atuavam na educação de surdos no Marajó, na cidade de Breves”, explica o estudante que realizou as pesquisas de 2013 a 2015, sob a orientação do professor José Anchieta, o mesmo orientador no doutorado. Também integrante do Grupo de Estudos em Linguagens e Práticas Educacionais da Amazônia (Gelpea), Huber explica que “foram dois anos de leituras e reflexões tanto no PPGED, quanto no Gelpea, que é o grupo de estudos liderado pelo professor Anchieta. Tive muitas experiências significativas que contribuíram com as minhas produções acadêmicas e minhas demandas profissionais”.

 

O percurso acadêmico trouxe Huber até os atuais estudos. “Hoje venho pesquisando o universo da Tradução e Interpretação da Língua de Sinais, por meio dos Estudos da Linguagem de Bakhtin. Esse autor eu também levarei para a pesquisa que irei realizar em Portugal”, onde ele foi aprovado para receber uma bolsa de estudos na Universidade do Porto (UP).

 

“No período de estudo em Portugal, entrevistarei Tradutores/Intérpretes de Língua Gestual Portuguesa, com a intenção de analisar os seus discursos sobre educação de surdos no ensino superior em Portugal. O propósito é comparar o corpus proveniente de Portugal com as investigações em educação de surdos no Brasil”, explica Huber sobre os planos para a pesquisa em terras estrangeiras. “Durante o Doutorado Sanduíche irei, também, realizar visitas in loco (associações, instituições, escolas) que lidam, cotidianamente, com a educação de surdos em Portugal, especificamente na cidade do Porto”, detalha o aluno.

 

Mesmo ansioso em relação à viagem, devido ao contexto da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), Huber está confiante que a experiência será bastante proveitosa, já que a proposta é investigar o contexto do ensino superior e a atuação de Tradutores/Intérpretes de Língua Gestual Portuguesa. "As minhas expectativas são as melhores, inclusive, espero que a pesquisa junto à Universidade do Porto possa contribuir com à melhoria das práticas inclusivas nas escolas e nas universidades de nossa região Amazônica. Considero que ambos os países (Portugal e Brasil) serão agraciados com os resultados da pesquisa, pois com este projeto de pesquisa haverá o estabelecimento de colaborações de instituições e pesquisadores internacionais e a efetivação de ações qualitativas para a educação de surdos nos dois países, sobretudo aqui no Brasil, no Pará e em Belém que é o local onde estudo e pesquiso”, conclui Huber.

 

Mobilidade internacional

 

A oportunidade de mobilidade acadêmica internacional ocorre devido a parceria entre a Uepa e a Universidade do Porto, graças a um Acordo de Cooperação Internacional, renovado recentemente até 2026. “O vínculo com a Universidade do Porto é importante para a formação acadêmica do doutorando, mas é relevante também para o processo de internacionalização do Programa, criando um processo de mobilidade entre as instituições e Brasil e Portugal”, explica a coordenadora do PPGED, professora Ivanilde Apoluceno.

O coordenador de Relações Internacionais (Crein) da Uepa, João Colares, destaca que a internacionalização "é um dos quesitos fundamentais para a avaliação da pós-graduação no Brasil e no mundo. Isso envolve uma série de estratégias e ações, entre as quais a participação de nossos estudantes em programas de doutorado sanduíche no exterior. Além de ter um impacto positivo para a avaliação dos nossos Programas de Pós-Graduação e para a própria Uepa, o doutorado sanduíche é uma oportunidade ímpar para o pesquisador expandir seus conhecimentos, ampliar redes de relação e construir aprendizados interculturais”, completa o titular da Crein.

Conforme os dados da Coordenação, mais de 300 estudantes, de graduação e pós-graduação da Uepa já puderam realizar a mobilidade acadêmica internacional desde 2011, com expectativa de crescimento desse número. A Uepa avança na criação de oportunidades para a mobilidade acadêmica virtual, modalidade em que os alunos poderão realizar disciplinas on-line em outras universidades do mundo, “assim como continuaremos a receber alunos do exterior, de maneira presencial e/ou on-line, o que também é muito importante para construir relações inclusivas, solidárias, interculturais, interlinguísticas na formação do nosso alunado”, conclui o professor João.

 

Texto: Marília Jardim (Ascom Uepa)

Foto: Nailana Thiely (Ascom Uepa)