Após uma conversa com o egresso do curso de Design da Universidade do Estado do Pará ficou perceptível a gratidão do ex-discente sobre o período que esteve na instituição, remontando o trajeto realizado quando ainda era aluno, fazendo referência a importância de participar dos projetos de extensão, iniciação científica e monitoria durante o período que cursou a graduação, fazendo referência a metodologia de pesquisa aprendida, assim como, também, as possibilidades de atuação acadêmica que a universidade oferece as seus discentes. "Ter feito Design na Uepa foi essencial para a minha formação, ainda que o curso não fosse especificamente de desenvolvimento de jogos, o curso me ensinou a pensar de forma holística, pesquisar e buscar formas de aplicar diferentes áreas do conhecimento em meus projetos, então aplico a metodologia que aprendi até hoje, além de que todas as oportunidades que tive de estudar fora do Brasil me foram apresentadas por meio da Universidade do Estado do Pará que me ofereceram total suporte nos processos seletivos" afirmou com alegria o egresso da Uepa Pedro Cardoso.
A aplicação de jogos dentro do universo acadêmico tem sido algo recorrente no ensino e aprendizagem no contexto do ensino superior no Brasil e no mundo, pois um dos diferencias do uso de jogos no contexto educacional é a possibilidade promover autonomia a quem entra em contato com a prática, haja vista que o indivíduo se torna protagonista do processo de aprendizado por meio da imersão que os games oferecem para a retenção de conhecimento direcionado pelos gostos e vontades do jogador.
Nesse contexto, a gamificação dentro do âmbito da educação tem como objetivo tornar o aprendizado mais rápido, dinâmico e interativo ao possibilitar mais engajamento por meio do aumento da capacidade de concentração, resolução de problemas e intercâmbio de informações culturais, intelectuais, políticas e sociais. " Acredito que precisamos desconstruir o conceito de jogo educativo e entender que qualquer jogo pode ensinar algo novo. Aliar o fator de diversão com a transmissão de conteúdo para o jogador é um grande desafio, mas que também pode trazer grandes resultados" ponderou Pedro Cardoso, idealizador do jogo Muiraquitã e ex-discente da Universidade do Estado do Pará.
Um dos pontos principais da pesquisa de mestrado realizada no Japão pelo egresso da Uepa, foi identificar a diferença entre os jogadores brasileiros e os japoneses, fazendo uso de signos da culinária amazônico-paraense como objeto para a programação do jogo Muiraquitã. Sendo assim, o pesquisador usou símbolos da cultura paraense como a música na trilha sonora e os pratos que fazem parte da culinária do Pará, além de fazer uso de pontos turísticos da cidade de Belém, capital do Estado como plano de fundo do game que consiste em mover a “Duchi”, a protagonista, enquanto ela navega pelo rio com seu companheiro “Mukki” coletando ingredientes especiais para fazer o prato amazônico, tradicional Peixe e Açaí” e o jogo foi todo desenvolvido para Ipad.
O jogo Muiraquitã teve exibições na cidade de Belém do Estado do Pará no Animazon no Taikai 2018 e, também, na cidade de Tóquio no Japão dentro do evento Tokyo Game Show 2018, além de ter recebido o prêmio de Excelência 2018 da Universidade de Takarazuka no Japão como uma menção aos melhores pesquisas realizadas daquele ano. "Fiquei bastante feliz e surpreso quando anunciaram que eu receberia o prêmio, afinal haviam outros trabalhos muito bons. Por mais que a conquista seja muito gratificante, meu objetivo nunca foi ganhar esse prêmio e sim, fazer o meu melhor pra entregar um bom resultado. Pra mim, esse prêmio é uma forma de agradecer a todos que me ajudaram durante o mestrado, entre professores, familiares e amigos, sem os quais meu projeto não poderia ter sido realizado." afirmou o egresso da Uepa e Mestre em Design Pedro Cardoso.
Texto: Daniel Leite