A Universidade do Estado do Pará (Uepa) iniciou a construção do Espaço de Incubação de Empresas, no Campus XVIII, no município de Cametá. O objetivo da Instituição com a criação deste espaço físico é acolher empreendimentos locais, de pequenas ou microempresas, para oferecer suporte técnico, gerencial e formação complementar ao empreendedor, de modo a contribuir com o desenvolvimento de atividades econômicas, geração de renda e emprego na região do Baixo-Tocantins.
Como o Espaço de Incubação também pretende facilitar o processo de inovação e acesso a novas tecnologias no desenvolvimento dos produtos das empresas incubadas, ele já está recebendo suporte da Rede de Incubadoras de Tecnologia (Ritu), do Núcleo de Empreendedorismo (NEU) e da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da Uepa.
O coordenador do Núcleo de Empreendedorismo da Uepa, professor Marco Antonio Lima, informa que “o espaço está sendo pensado mais como um centro de inovação, destinado à geração de negócios inovadores a partir da biodiversidade na região”. Nesse sentido, o Núcleo participa da proposta cumprindo o papel de disseminar a cultura empreendedora dentro da Instituição. O professor destaca ainda a parceria desse espaço com a Prefeitura de Cametá. “Mais do que uma atividade de extensão da Universidade, faz parte de uma atividade voltada para o desenvolvimento sustentável do município”, explica.
A coordenadora do Campus da Uepa em Cametá, Natácia Silva, relata que a programação dessa nova Incubadora da Uepa será montada em parceria com o Núcleo de Empreendedorismo e com a Ritu. “Como as empresas poderão se associar, que cursos nós vamos ministrar, como a incubadora vai funcionar, tudo isso está sendo montado em conjunto por essas instâncias”, informa a professora. Ela também destaca o fato que o Espaço de Incubação é importante porque antes os alunos recebiam o incentivo para empreender, mas não dispunham do espaço físico para criarem suas empresas.
Era esse o caso das tecnólogas de alimentos formadas pela Uepa, Janaina Pompeu dos Santos, Lauriane Garcia Paes, Adriana Maria Leão Wanzeler e Sabrina Baleiro da Silva, sócias na Sabor da Floresta, a primeira empresa a ser recebida no Espaço de Incubação da Uepa, no Campus XVIII. Lauriane Paes conta que a ideia de negócio surgiu da observação da realidade local e da vontade de transformá-la. “É uma realidade rica em recursos naturais e pobre economicamente, então vimos a oportunidade de melhorar a renda dos agricultores, através da venda de frutas que possuem em seus quintais e que muitas vezes se estragam, levando um produto de qualidade e saudável para a população, bem como, a possibilidade de ofertar capacitações aos agricultores, além de outras contribuições que a empresa pode dar à sociedade”, diz a aluna egressa.
A realidade relatada pela futura empreendedora vai ao encontro da ideia expressa pelo professor Marco Antonio Lima, ao explicar que “em um Centro de Inovação, onde o Espaço de Incubação é um passo inicial, o objetivo é conseguir integrar os diferentes setores - a sociedade civil, o empresariado local, o poder público e a universidade - , e criar uma estratégia de desenvolvimento do município a partir do empreendedorismo inovador”. Nesse contexto, a Incubadora se constitui em uma base física capaz de viabilizar essa integração de atividades.
O coordenador da Ritu, André Melo, afirma que “essa será a primeira experiência de implantação de uma Incubadora da Uepa em um campus do interior do estado, durante o período de retomada de atividades da Rede de Incubadoras, a partir de 2019”. Ele relaciona os principais benefícios, na prática, para uma empresa iniciar em uma incubadora: suporte técnico, tecnológico e gerencial ao longo de todo o desenvolvimento de ideias, produtos e empreendimentos; uso de espaço físico (módulo de incubação) com infraestrutura de energia, lógica e administrativa; apoio à participação dos residentes em editais voltados à captação de recursos para ampliação de negócios; inserção dos empreendimentos residentes em uma rede de relações de negócios – Network – voltada à ampliação de capacidade técnica e ao aporte de recursos financeiros.
Caberá à Ritu fornecer suporte técnico à implantação e operação da Incubadora, “considerando-se objetivos, valores, processos, procedimentos, visando sobretudo estabelecer uma padronização de operações e serviços oferecidos, respeitando-se, no entanto, a independência nas decisões de gestão tanto da própria Incubadora, sobre o desenvolvimento de ideias, produtos e empreendimentos dos seus residentes, bem como as vocações econômicas da região”, explica André Melo.
A coordenadora do Campus XVII acredita que a existência do Espaço de Incubação vai ajudar a aproveitar o grande potencial de Cametá, e viabilizar novos caminhos para o empreendedorismo no município. “Nós acreditamos também que o empreendedorismo inovador é a melhor política social que existe, com isso nós vamos levar não só ensino, pesquisa e extensão, mas o empreendedorismo e juntos desenvolver a região do Baixo-Tocantins”, afirma Natácia Silva.
Texto: Guaciara Freitas (Ascom Uepa)
Fotos: Coordenação da Uepa Campus XVIII