Encontro aborda ensino de ciências e a tabela periódica

A Universidade do Estado do Pará (Uepa), por meio do Centro de Ciências e Planetário do Pará (CCPP) e do Grupo de Pesquisa Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Educação Não Formal (CTENF), realizou, na manhã desta quinta-feira, 28 de novembro, as atividades do III Encontro de História da Ciência no Ensino de Ciências na Amazônia, com o objetivo de fomentar o ensino na área, sobretudo a partir de profissionais atuantes, alunos da graduação e pós-graduação, com foco no desenvolvimento de tecnologias na sociedade. 

A programação iniciou com uma mesa de abertura composta pelo reitor da Universidade, Rubens Cardoso; a diretora do CCPP, Sinaida Vasconcelos; o vice-diretor do CCSE, João Paulo Passos; e os profesores André Reis e Maria Dulcimar de Brito Silva. 

O reitor da Uepa, Rubens Cardoso, ressaltou a evolução do ensino de ciências no decorrer dos anos. "Antigamente os livros eram datilografados, a tabela periódica era de difícil acesso. Hoje em dia, as informações estão bem mais acessíveis, há recursos visuais, há aplicativos que praticamente resolvem ações de reagentes. É preciso aproveitar essa facilidade para uma aplicação melhor e mais ampla, tanto no ensino, quanto no aprendizado", enfatizou.

A mesa foi seguida pela palestra "Panorama da História da Ciência na Amazônia: desafios e perspectivas", proferida pelo professor Ruy Guilherme Castro de Almeida, doutor em História Social pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da Universidade de São Paulo (USP) e Sócio da Sociedade Brasileira de História da Ciência.

A programação segue na tarde desta quinta (28) e durante toda a sexta (29), com as palestras  "Facetas da História da Matemática e da Educação Matemática na Amazônia"; "O Contexto Histórico da Superconductividade"; e "História da Ciência no Ensino de Quimica: Pesrpectivas e Propostas", alinhadas pelo tema "A Construção do Conhecimento Científico no Desenvolvimento Histórico da Tabela Periódica".

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O professor André Silva dos Reis, um dos organizadores do evento, afirma que o tema escolhido partiu da determinação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que sinalizou 2019 como o Ano Internacional da Tabela Periódica dos Elementos Químicos. "A Tabela Periódica é uma construção coletiva de cientistas como químicos, físicos, matemáticos e biólogos, entre outros. Esse olhar interdisciplinar permite uma melhor compreensão destes elementos em nosso cotidiano. Na história da construção desta tabela, há ainda um brasileiro, José Bonifácio, que através de seus estudos em mineralogia, indiretamente auxiliou na descoberta do elemento Lítio, por exemplo", explicou. 

Para a diretora do CCPP, Sinaida Vasconcelos, a relevância deste tema é ressaltar as descobertas científicas enquanto construção histórica. "A contribuição da história das ciências em uma abordagem diferenciada potencializa o ensino. Ao fazer o resgate das teorias, dos pesquisadores, da história do conhecimento científico em si é possível fornecer ao aluno a percepção de como a construção do conhecimento científico se dá, em suas várias etapas, fruto de um processo de sucessivos estudos e produções", disse.