Estado receberá 200 novos médicos residentes em 2016

Enviado por Ize Sena em Seg, 22/02/2016 - 17:19
Esta semana, 200 novas vagas de residência médica serão preenchidas por aprovados no processo unificado estadual que abrange todas as instituições públicas de saúde e ensino do Estado. Mais de 800 candidatos disputaram as vagas no processo seletivo para estudar nos hospitais paraenses tidos como referência nas regiões Norte e Nordeste. Implantado há três anos, o sistema unificado tem dado mais chances para que os médicos recém-formados possam entrar na residência. Além disso, os hospitais economizam com os custos dos processos seletivos, o que lhes permite investir em programas, ações e serviços próprios.
 
Estão inclusos no processo seletivo quatro instituições públicas, uma privada e uma Organização Social. São elas: Fundação Santa Casa de Misericórdia, Hospital Ophir Loyola, Universidade do Estado do Pará (Uepa), Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, Hospital Santo Antônio Maria (Bragança), Hospital Saúde da Mulher (HSM) e Centro Universitário do Pará (Cesupa).
 
Os candidatos são oriundos, na maioria, da própria Uepa, mas há egressos de outras universidades e até de outros estados, como é o caso de Antônio Fialho, 29, que veio de Imperatriz (MA) para cursar a residência de Cirurgia Geral no Pará. “Sou formado desde 2011 e só agora pude me dedicar à residência. A gente ouve falar muito bem dos hospitais daqui, como o Ophir Loyola e o Metropolitano. Meu propósito é trabalhar em um desses e me formar em cirurgia geral avançada”, diz o médico maranhense.
 
A oferta de cursos ainda não acompanha a oferta de vagas. O número de candidatos inscritos vem aumentando progressivamente. No primeiro ano do processo unificado foram 400 para todas as vagas, no segundo foram 600 e, neste ano, somaram quase 800 candidatos.
 
As amigas Amanda Teixeira, 24, e Amanda Maneschy, 24, escolheram dermatologia e clínica médica como áreas de atuação, respectivamente. Elas estão entre os médicos formados pela Uepa que agora ingressam na residência. “Acredito que o processo unificado melhorou muito a vida dos candidatos, pois agora não precisamos mais fazer várias provas. Às vezes as datas dos exames coincidiam e não tínhamos como participar", diz Amanda Maneschy.
 
A especialidade escolhida por Amanda Teixeira é uma das 32 mais disputadas pelos futuros residentes, segundo a organização do processo seletivo, juntamente com anestesia, clínica médica, cirurgia geral e radiologia. “O nível de exigência em determinadas especialidades é bem alto devido à concorrência. Algumas delas chegam a ter 30 candidatos por vaga. Em compensação, outros cursos que apresentam grande demanda por parte da população ainda são poucos procurados, como saúde da família e oncologia cirúrgica”, explica o médico Bruno Carmona, coordenador do processo seletivo.
 
Depois de aprovados, os residentes ainda precisam passar por uma longa jornada de trabalho e estudos que pode durar de dois a quatros anos, dependendo da opção de cada profissional. Plantões, horas de atendimento, participação em procedimentos complexos, além da convivência com a rotina dos hospitais são parte fundamental dessa preparação.
 
Marília Gabriela, 36, é médica ginecologista obstetra da Fundação Santa Casa e toda a sua formação, desde a graduação, foi obtida na instituição. Hoje ela coordena o programa de residência na área de obstetrícia. “A área da saúde da mulher sempre me chamou a atenção na faculdade, principalmente, pelo fato de nós (mulheres) lidarmos muito mais com a vida do que com a morte. É muito bom poder ajudar outras mulheres em um momento tão especial e de extrema fragilidade como é a gestação” diz a médica.
 
Para esta especialidade estão sendo ofertadas 16 vagas. Para obter aprovação os residentes precisam mostrar um excelente desempenho. Marília explica que esta exigência faz com que o nível dos profissionais seja cada vez melhor, garantindo também a qualidade do atendimento oferecido na Santa Casa.
 
“A nossa residência é muito pesada e é necessário ter muito gosto pelo que se faz. É um sacerdócio. São 60 horas semanais e 2880 horas por ano, estabelecidas pelo Ministério da Educação. Se você quer crescer e aprender, este é o caminho. A Santa Casa é para quem gosta do ser humano e quer se dedicar a cuidar dele da melhor forma possível”, explica médica, destacando que só o setor de obstetrícia é responsável por uma média de quatro mil atendimentos.
 
Texto: Diego Andrade / Secretaria de Estado de Comunicação