Fórum orienta alunos sobre estudos no exterior

Enviado por Fernanda Martins em Qui, 02/06/2016 - 15:51

Estudar no exterior pode ser mais simples do que se imagina. Para tirar dúvidas, apontar caminhos e esclarecer os processos institucionais, a V Semana de Tecnologia do Centro de Ciências Naturais e Tecnologia (CCNT) da Universidade do Estado do Pará (Uepa) apresentou na manhã de hoje (2) o V Fórum de Mobilidade Acadêmica do CCNT. Apesar do fim do programa Ciência Sem Fronteiras do Governo Federal para a graduação, ainda existem muitas possibilidades de obtenção de bolsas, basta que o aluno seja dedicado aos estudos e esteja disposto a viver novas experiências.

A coordenadora de Relações Internacionais da Instituição, Luzia Jucá, abriu o Fórum, explicando aos alunos os pormenores da mobilidade acadêmica internacional. “Já se tornou uma tradição realizarmos o Fórum de Mobilidade na Setec, mas este ano fizemos diferente, trazendo convidados para falar sobre as oportunidades de estudo em seus países”, explicou. Jucá explicou que hoje, o Brasil já não é tido como um país subdesenvolvido, e sim como um parceiro para grande parte dos países, Apesar de positivo, isso faz com que instituições internacionais diminuíam os programas de bolsas por entenderem que não há mais uma “urgência” na educação.

A Uepa faz parte de algumas redes universitárias internacionais e possui acordos bilaterais com instituições de todo o mundo. “Nós seguimos buscando mais acordos e parcerias. Isso facilita ainda mais para os nossos alunos e professores, pois mesmo que eles decidam arcar com os estudos com recursos próprios, há uma série de vantagens, como a isenção de algumas taxas comumente cobradas pelas universidades de fora”, observou a coordenadora.

Bancar os próprios estudos fora, aliás, pode ser mais barato do que se imagina. A coordenadora pedagógica da Aliança Francesa, Tiana Ramarovahoaka, explicou que como as universidades francesas são todas públicas, com ensino gratuito, a taxa de manutenção atual custa pouco menos de €200. Mesmo as escolas particulares têm custos anuais entre €3 mil e €10 mil. “Se excluirmos Paris, onde o custo de vida é bastante caro, as despesas do aluno podem ser bem reduzidas. Há alugueis de €300 a €600 mensais e existem diversos programas sociais do Governo, voltados para estudantes, sejam eles franceses ou estrangeiros. Além das oportunidades de trabalhos informais”, disse.

Um dos destinos mais escolhidos pelos estudantes brasileiros, a Espanha também está de portas abertas e dispões de alguns programas de bolsas. “A Espanha tem muito interesse em receber e enviar professores, pesquisadores e estudante brasileiros. A Amazônia, em especial, gera muito interesse nas áreas de pesquisa ambiental, farmacologia e medicina tropical”, revelou o diretor do Centro de Recursos Didácticos de Español da Embaixada da Espanha, José María Durán Goméz.

Para dar um exemplo, Goméz citou a Universidad de Salamanca, onde os brasileiros estão em maior número, seguidos dos portugueses. “Há uma procura natural pela semelhança entre os idiomas espanhol e português, mas acredito que não se restringe a isso”, pontuou. Para ele, o mais importante para um aluno que pretende estudar na Espanha é a vontade de “sair do ninho” e conhecer de fato novas culturas. Já para Tiana, no caso das instituições francesas, o idioma se transforma em barreira. “Caso um aluno ou professor se interesse em estudar na França, recomendo um planejamento de pelo menos dois anos de antecedência, que inclui o aprofundamento no idioma, já que essa é uma exigência das universidades”, ressaltou.

Luzia Jucá frisou ainda a importância de o aluno que conseguiu uma bolsa ou pagará seus estudos fazer a matrícula na mobilidade acadêmica junto à Uepa. “Já vi casos de alunos que ganharam bolsa e foram embora, sem fazer o aviso formal. Enquanto estavam lá, eles seguiam levando faltas aqui. É um procedimento simples e absolutamente necessário”, explicou. Por fim, a coordenadora mostrou aos participantes do Fórum a importância de uma experiência de estudos fora do país.

“É enriquecedor pessoal, profissional e academicamente. Viajar como turista já é bom, mas conviver de perto com outras culturas, conhecer seu sistema de ensino e também conviver com estudantes de países diversos transforma a pessoa em um cidadão global, com uma percepção do mundo muito mais ampla”, opinou. Para maiores informações sobre as universidades parceiras da Uepa no mundo, basta acessar o site da instituição. 

 

Texto: Fernanda Martins

Fotos: Nailana Thiely