O Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Gestão, Trabalho e Educação no Cárcere (GEPGTEC), do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE) da Universidade do Estado do Para (Uepa), lançou nesta quinta-feira, 21, o livro Veredas para o Sol – Escritos sobre a Educação no Cárcere Paraense. O evento foi realizado de forma híbrida, com a presença dos autores no auditório Paulo Freire, do Campus I, e o acompanhamento do público pelo canal do CCSE no Youtube.
A obra é uma coletânea de textos e busca transcender o lugar de “livro acadêmico”, trazendo ao leitor “a expressão concreta de tantos silêncios contidos entre grades”, afirma a líder do Grupo, Maria Auxiliadora Maués. “(O livro) reúne ciência, razão, emoção e um mundo de registros que emergem das diversas experiências dos pesquisadores, que se ocupam em dialogar e dar voz aos inúmeros silêncios contidos no interior do cárcere paraense”, avaliou.
Foram dezesseis autores selecionados para os sete capítulos que compõem este, que é apenas o primeiro de uma coleção de três livros planejados pelo GEPGTEC. A apresentação ficou a cargo do professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fernando Fidalgo, e o prefácio foi escrito por Elenice Cammarosano Onofre, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), pesquisadora referência no tema da educação do cárcere do Brasil.
“Uma temática importante e necessária, que precisa ser discutida para fora dos muros da universidade. A Educação perpassa todo o nosso Centro e pela Universidade e é fundamental aprofundar este tema na pesquisa, pois é por meio dela que poderemos contribuir para a formação da nossa comunidade”, observou o diretor do CCSE, Anderson Maia. Ele ressaltou a parceria com setores do sistema correcional paraense, que trouxe internos para colaborarem com a pintura do Campus I. “Dos 15 internos que vieram, apenas um possuía o Ensino Médio completo. A educação precisa chegar até eles”, concluiu.
Para o diretor da Pró-Reitoria de Extensão (Proex), Aiala Colares, a proposta do livro abre um leque de possibilidades. “Abre um diálogo entre os grupos, pois estamos criando uma especialização em Educação no Cárcere, e queremos construir um projeto comum, unindo todos estes debates para qualificar e sensibilizar nossos educadores para esta realidade”, ponderou. “Dizem que o bandido bom é o bandido morto, mas não é verdade. Além disso, diante das imensas disparidades sociais no Brasil, a população negra e pobre é a que mais sofre”, acrescentou.
O volume já está disponível neste site.
Texto e fotos: Fernanda Martins (Ascom/CCSE)