Importância da Extensão para a vida universitária em debate na Uepa

Enviado por Fernanda Martins em Sex, 23/09/2016 - 14:59

“Isso aqui é história e memória da Extensão na Uepa”, declarou a diretora de Apoio à Extensão da Universidade do Estado do Pará (Uepa), Ana Telma Monteiro, durante a mesa de debates do III Fórum de Extensão organizado pela Pró-reitoria de Extensão (Proex), que contou com a participação de representantes de todos os Centros, além da presença da professora Dulcimar Brito, que falou em nome de um dos maiores e mais queridos projetos extensionistas da Uepa: O Centro de Ciências e Planetário do Pará.

A programação se deu na manhã de ontem (22), no auditório da Unidade de Ensino e Assistência em Fisioterapia e Terapia Ocupacional (UEAFTO), no Centro de Ciências Biológicas e Saúde (CCBS). A professora Ana Telma ressaltou o papel da Uepa na extensão universitária paraense. “Nossa Instituição é a mais interiorizada do Estado, por isso, os projetos de extensão são muito atuantes nos municípios do interior, atingindo uma população que precisa dessa atenção”, disse. A primeira fala foi da professora Dulcimar, que trouxe para os presentes uma ampla explanação sobre o caráter extensionista do Planetário.

“É muito gratificante ver a satisfação que as crianças sentem ao presenciar as experiências demonstradas no Centro. Acredito que a nossa proposta de despertar a vocação científica tem se concretizado”, opinou. Ela destacou ainda o crescimento do Planetário desde sua inauguração, em 1999, e a produção científica dos estagiários. “Além de atuar nas exposições, eles fazem seminários e projetos que muitas vezes se transformam em oficinas para os visitantes. Temos também muita coisa publicada em revistas científicas também”, disse.

A representante do Centro de Ciências Naturais e Tecnologia (CCNT), professora Gleice Alves Paes, declarou seu amor pela extensão universitária. “Aconselho a todos os colegas que participem de projetos de extensão. O aspecto multidisciplinar te dá um novo olhar, é uma excelente experiência profissional. Enquanto estiver na Uepa, sempre estarei de corpo e alma na Extensão”, disse. Ela contou ainda sua experiência no projeto Comando de Saúde nas Rodovias, voltado para o acompanhamento de saúde dos caminhoneiros que trafegam pelas estradas do Pará, no qual ela se envolveu graças à sua expertise em Engenharia de Trânsito.

“Tentamos incluir a maior diversidade possível de cursos nesse projeto. Acionamos o pessoal de Terapia Ocupacional, para ensinar a eles alguns exercício e alongamentos que melhoram a qualidade de vida, envolvemos também nutricionistas, para verificar a dieta. Enfim, criamos um cuidado total para estes profissionais”, explicou. O projeto foi apresentado e premiado em uma edição do Congresso Brasileiro de Extensão Universitária (Cbeu). O Representante do CCBS, professor Luiz Fábio Magno Falcão, compartilhou com os presentes o projeto “Avaliação da Qualidade do Sono e Função Pulmonar em Portadores de ELA”, que acompanhou 18 pacientes tanto em visitas ao hospital quanto em domicílio, propondo e avaliando medidas para melhorar a qualidade de vida destas pessoas.

O professor acredita que os projetos extensionistas proporcionam aos participantes, principalmente estudantes da graduação, um contato com a prática da profissão em diversos níveis, o que os deixa mais preparados para o mercado de trabalho. “O resultado final de um projeto de extensão, na verdade, é a formação sólida do aluno e do profissional. Além da produção científica, cumprimos a missão de forma-los para que possam melhor atender a sociedade”, observou. A professora Lana Cláudia Macedo representou o Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE) e incluiu no debate o seu projeto “Mulheres nas Trilhas da Amazônia: educação popular, saúde e cidadania”, que leva rodas de conversa, dinâmicas de grupo e oficinas para mulheres da ilha de Cotijuba.

Para ela, o fortalecimento do vínculo entre a Academia e a comunidade é um dos legados de projetos de extensão. “Abordamos diversos assuntos nas conversas com elas. Levamos pedagogos, educadores físicos, enfermeiros, cada um tratando de assuntos dentro de sua área de atuação e as mulheres adoraram as discussões”, relatou. Macedo e os outros profissionais envolvidos nos projetos apreciaram tanto a experiência, que cogitam dar seguimento a ele mesmo que sofram algum tipo de corte de verba.

Esse, aliás, foi outro assunto debatido no encontro. Os cortes promovidos pelo Governo Federal já atingiram projetos da Uepa. A professora Dulcimar, que atua na área da Química, lamentou o corte de todas as bolsas do Pibid para sua graduação. “É muito triste, pois fazemos um trabalho de excelência em Química, com alunos dos colégios Pedro Amazonas Pedroso e Paes de Carvalho. A partir de agora, contaremos apenas com voluntários”, disse.

A qualidade dos trabalhos mostrados nos Fóruns que reúnem a produção do Pibid deveria ser suficiente para impedir cortes no programa, na opinião da professora Lana Cláudia. “Esse assunto mexe com a vida de todos. Os professores estão em constante aprendizagem, e o Pibid proporciona isso. Para um país que tem o nível de educação ruim visto no Brasil, esses investimentos são fundamentais”, declarou.

 

Texto: Fernanda Martins

Foto: Cláudio Santos