Oficinas culturais revelam talentos dentro de escola pública

Enviado por Anônimo (não verificado) em Sex, 17/06/2016 - 17:50

Após três meses de oficinas de dança, teatro, flauta doce e violão, promovidas pelo projeto “Trilhas Culturais e Sustentabilidade na Formação de Agentes Ambientais nas Escolas de Belém”, do Núcleo de arte e Cultura (NAC) da Universidade do Estado do Pará (Uepa), crianças e adolescentes do 5º ao 9º ano da Escola Municipal Honorato Filgueiras, revelaram talentos na interpretação, no gingado e nos instrumentos musicais.

Na tarde desta sexta-feira, 17, no pátio da Escola Honorato, localizada no bairro da Cidade Velha, os pais e professores puderam conferir o resultado do que os estudantes aprenderam nas oficinas. Com um violão nas mãos, Eliel Vinicius da Silva, 12 anos, se sentia um astro do rock.  Acompanhado dos colegas de classe, ele tocou ‘’Que país é esse”, de autoria da banda Legião Urbana. Eliel sonha em ser músico. “ Eu quero ser cantor de rock. Aprendi a tocar quatro músicas. Aprendi aqui na oficina e sozinho”, diz ele.

A mãe, Elisangela da Silva cunha, 40 anos, percebeu que o talento do filho foi descoberto assim que passou a participar das oficinas. “ Ele sempre quis fazer um curso de violão mas nunca teve oportunidade. Temos que agradecer essa chance que o projeto deu para as crianças terem um aprendizado melhor”, ressalta a mãe.

Outra mãe orgulhosa com a filha era a dona de casa Josiane Serrão Melo, 28. A filha, Jhyniffer Melo, 10 anos, muito tímida, decidiu experimentar as aulas de teatro. Segundo a mãe, o teatro ajudou a pequena a perder o medo de falar em público. “ Ela está muito mais solta. Assim como eu, que sou tímida, ela era também. Ela gosta de teatro e sinto ela bem mais extrovertida”, frisa Josiane.

Na apresentação da peça Belém 400 anos, Jhyniffer interpretou uma feirante que vende frutas. Desinibida, Jhyniffer chama os clientes para comprarem dela as frutas regionais paraenses.   

As mudanças comportamentais que Josiane sentiu na filha, o professor de dança, Cesar Cordeiro, acompanhou de perto durante as aulas. Segundo ele, a dança contribuiu para a autoconfiança e autoestima das crianças e adolescentes. ” Movimentando o corpo muitos emagreceram. Trabalhamos a questão da postura, em ter atitude, porque tem que ter atitude para pegar e levantar a colega na hora da dança. Isso é uma boa experiência”, enfatizou.

O projeto conta com a ajuda de bolsistas voluntário da Uepa e professores dos cursos de Música e Pedagogia. As mesmas atividades ocorrem no município de Barcarena desde 2015. A partir de uma parceria com Companhia Docas do Pará (CDP), o projeto chegou a Escola Honorato Filgueiras. “ As escolas necessitam de atividades culturais para que eles permaneçam em tempo integral na escola. Eles assistiam aulas pelas manhãs e as oficinas ocorriam de tarde”, detalha o coordenador do Nac, Jhonata Silva. 

Texto: Renata Paes
Fotos: Thiago Gomes/Agência Pará