A Universidade do Estado do Pará (Uepa) recebeu hoje, 21 de novembro, a visita de Denis L. Filer, pesquisador do Departamento de Ciências Vegetais, da Universidade de Oxford, na Inglaterra. Denis é responsável pela criação do programa BRAHMS (Botanical Research and Herbarium Management System ou Sistema de Pesquisa Botânica e de Gerenciamento de Herbários). Na ocasião, ele falou sobre as novidades da nova versão do software e esclareceu algumas dúvidas dos usuários.O evento, promovido pelo Herbário do Instituto Agronômico do Norte (IAN), da Embrapa Amazônia Oriental, ocorreu na Sala de Videoconferência do Centro de Ciências Naturais e Tecnologia (CCNT). Atualmente, o banco de dados do BRAHMS é composto por mais de sete milhões de materiais. “Nesta nova versão, chamada de V8, nós estamos desenvolvendo ferramentas com mapeamento que não é preciso instalar, já vem junto com o programa. Além disso, o sistema ficou mais integrado e flexível entre os campos de pesquisa”, afirma Denis.
O BRAHMS é o sistema adotado pela maioria dos herbários brasileiros, incluindo os amazônicos. “Oficialmente, usamos o software desde 2002, pois ele é um programa muito simples e sua licença é barata. Alguns herbários criam sistemas de gerenciamento próprio e isso acaba sendo um problema, porque o conhecimento fica restrito naquela instituição. Enquanto que no BRAHMS qualquer registro ou catalogação beneficia a comunidade botânica inteira”, enfatiza o pesquisador Michael Hopkins, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
A mais nova atualização do sistema vai ser lançada em 2018 e possibilitará ao usuário mais opções de escolhas do idioma; mais compatibilidade com a planilha eletrônica e o processador de texto da Microsoft; sistema mais dinâmico; ferramentas de criação mais ágeis; funções de mapas e de localizações integradas; seleção e compartilhamento com outras redes mais fácil; abertura de múltiplas telas disponíveis; e mais sustentável com o meio ambiente.O Herbário Profª Drª Marlene Freitas da Silva (MFS) da Uepa vem utilizando esse software desde a criação, em 2011. “Nossa intenção a partir de agora é mostrar todas as possibilidades de atuação desse sistema com a pesquisa global e o acesso aos bancos mundiais de registros. Precisamos articular com outras instituições para avançar como universidade, pois assim estamos socializando dados da biodiversidade. Hoje, os bancos de dados precisam estar na casa das pessoas, precisamos disponibilizar as pesquisas para além da universidade”, pontua a coordenadora do Herbário, professora Flávia Lucas.
A atualização V8 do BRAHMS integrará as coleções botânicas e zoobotânicas, ampliando o catálogo da versão anterior. “Antes não podíamos inserir dados de insetos e de animais. Agora, com essa possibilidade, vai dar para saber e analisar características animais e vegetais simultaneamente. Para a ciência, isso representará um facilitador, uma novidade positiva”, afirma Helena Joseane Raiol Souza, curadora do Herbário do Instituto Agronômico do Norte (IAN).
Entre dos diversos estudantes presentes, estava Renzo Mascote, bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic). “É muito importante termos visto aqui quais ferramentas vão mudar. Percebi que o programa vai fica mais fácil para nós localizarmos informações no banco de dados. Além disso, uma notícia magnífica foi saber que na nova versão poderemos fazer registro de materiais bioculturais”, destacou o graduando de Filosofia da Uepa.
Para acessar o acervo do Herbário Profª Drª Marlene Freitas da Silva (MFS) no sistema BRAHMS, clique aqui.
Texto: Marcus Passos
Foto: Diane Maués