Para estreitar laços com organismos de pesquisa franceses presentes no Brasil, a Universidade do Estado do Pará (Uepa) promoveu na tarde desta sexta-feira (17), no auditório da Reitoria, o Seminário de Intercâmbio Científico. A programação integrou o Ciclo de Eventos e Seminários franco-paraense, iniciado na segunda (13), em homenagem aos 400 anos de Belém, e foi promovida pela Embaixada da França no Brasil com o objetivo de ampliar as perspectivas de cooperação para o desenvolvimento da região amazônica."Esse é o momento de nós discutirmos a ampliação das nossas atividades de pesquisa com o governo francês. Nós, da Uepa, já temos atividades pontuais, alguns convênios assinados e em 2014, fizemos uma visita a diversas instituições francesas. Mas o objetivo é ampliar nossa cooperação, as linhas de ação, envolver os nossos pesquisadores em diversas áreas do conhecimento, além de identificar os possíveis potenciais para que isso possa se ampliar, e a Uepa crescer e caminhar desenvolvendo o seu papel social de formação de recursos humanos", ressaltou o reitor da Uepa, Juarez Quaresma.
Na abertura do Seminário, o conselheiro de Cooperação e Ação Cultural adjunto da Embaixada da França no Brasil, Philippe Martineau, ratificou que já há cooperação entre os pesquisadores da Uepa e a da França, mas estas são feitas de forma individual. É necessário, agora, que as parcerias sejam de caráter institucional. "O objetivo é abrir novos caminhos para desenvolver parcerias, entre as universidades e a França, para o intercâmbio de professores, pesquisadores e estudantes. Dialogar com nossos parceiros, para ver o que podemos fazer amanhã. Eu diria que esse é o fio condutor desta semana: uma agenda para desenvolver nos próximos anos. Temos problemáticas comuns com as quais vocês trabalham. Daí a oportunidade de parceria", apontou.
A programação do Seminário seguiu com professores doutores da Uepa que apresentaram aos representantes da Embaixada da França no Brasil, do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento - Cirad, do Centro Nacional de Pesquisa Científica - CNRS e do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento - IRD, os grandes eixos de pesquisas realizadas na Universidade. Projetos na área ambiental, biomonitoramento do ar, qualidade da água, Sistemas Agroflorestais, além de Geoquímica Ambiental e Educação e Sustentabilidade em Povos Indígenas foram apresentados.Em seguida, foi a vez das instituições francesas apresentarem as linhas de pesquisas e áreas de interesse com o Brasil e especificamente com o Pará. Uma das oportunidades que mais chamou a atenção foi com a Universidade da Guiana Francesa, representada pelo vice presidente, Didier Bereau, visto que já está em fase de elaboração um Termo de Cooperação com Uepa, além do reconhecimento das áreas afins para estudos, entre elas, a biodiversidade e as potencialidades naturais.
"Não queremos falar só do passado da França em Belém. Nós queremos falar também do presente e do futuro. O presente com o rico intercâmbio cultural, e o futuro, é criar laços que contribuam de forma efetiva para o Pará e para essa relação histórica e, nada melhor do que a ciência, a cultura, o ensino, o estudo e o intercâmbio das instituições francesas com as universidades daqui do Pará, especialmente, com a Uepa, a Ufra (Universidade Federal Rural da Amazônia) e a UFPA (Universidade Federal do Pará) e com todos os institutos de pesquisa do estado. Essa semana representa um marco, um início apenas, mas o importante é conseguirmos a permanência dessa relação, com acordos de cooperação científica", acredita o Consul Honorário da França no Pará, Sérgio Galvão.
A partir de agora, a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp), organizadora do Seminário em parceria com a Coordenação de Relações Internacionais da Uepa, irá organizar um workshop para debates de áreas específicas do conhecimento. "Esse foi o primeiro passo, agora nós precisamos se aproximar, fazer o workshop. É a primeira vez que a Uepa vai ficar, realmente, a frente dos grandes projetos porque até então nós somos só parceiros. Hoje nós vamos ser os responsáveis pelos projetos e chamar as outras instituições para serem parcerias. Isso é muito importante porque temos muitos pesquisadores competentes, com suas expertises. Daqui para frente, nós vamos buscar aproximação, saber do editais abertos, e acredito que nós façamos uma visita para conhecer a Universidade da Guiana, que é um pedaço da França na América do Sul", afirmou a pró-reitora, Hebe Mogannne.
Texto: Ize Sena
Fotos: Nailana Thiely