Planetário da Uepa recebe projeto Expresso Chagas XXI

Enviado por Monique Hadad em Qua, 09/11/2022 - 09:08
 
Nos próximos dias 11 e 12 de novembro, o Centro de Ciências e Planetário do Pará (CCPPA) sediará a segunda expedição pós-pandemia do Expresso Chagas XXI, projeto participativo e interativo desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Rio de Janeiro. Baseada na abordagem CienciArte, a exposição aborda os desafios da doença de Chagas no século 21, como visibilidade, notificação, diagnóstico, tratamento, educação e qualidade de vida. Belém foi escolhido por ser o município que registra o maior número de casos da doença aguda em todo o Brasil.
 
A programação será aberta ao público e contará com palestras, oficinas, atividades de ciência e de arte, que ocorrerão das 8h às 17h do dia 11 de novembro, e das 8h às 12h do dia 12. De acordo com a organização do projeto, o Expresso Chagas XXI é uma tecnologia social, criada em conjunto com a comunidade interessada pelo tema, para solucionar a questão da invisibilidade da problemática da doença de Chagas e realizar busca ativa de pessoas na fase crônica assintomática em áreas endêmicas.
 
Na exposição, é possível percorrer um trem imaginário, conduzido pelo pesquisador Carlos Chagas, que descobriu a doença em 1909. Durante os estudos desenvolvidos sobre a malária, Chagas encontrou um novo microrganismo no sangue de animais e de pessoas da região, nomeado por ele como Trypanosoma cruzi, em homenagem a Oswaldo Cruz. Além do parasita, Chagas descreveu a doença aguda e crônica, o inseto vetor (barbeiro), os reservatórios animais, as condições sociais de pobreza que propiciam a transmissão do parasita e o desenvolvimento da doença. 
 
Atividades
 
As ações do Expresso Chagas XXI ocorrem em seis vagões temáticos, em analogia ao vagão da estação ferroviária de Lassance, cidade de Minas Gerais, no qual o cientista morou e trabalhou, no início do século XX. “Recuperando esse dado da história, nós levamos as informações mais importantes sobre o controle e o enfrentamento da doença de Chagas na contemporaneidade, por isso nós chamamos de Expresso Chagas XXI. Neste evento, nós pretendemos fazer várias atividades de ciência e de arte para dar visibilidade à problemática da doença de Chagas, em especial a doença de Chagas aguda, pois muitos casos têm acontecido no Pará e, particularmente, na cidade de Belém”, explica a diretora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Tania Araújo-Jorge. 
 
Segundo a pesquisadora, uma das formas de transmissão ocorre por via oral, através de alimentos contaminados, em particular o açaí, quando é manipulado indevidamente, com a presença de triatomíneos, insetos popularmente conhecidos como barbeiros. Durante a programação do evento, haverá a oferta de testagem gratuita para a doença de Chagas e serão apresentadas informações como: associações de portadores, tratamentos para Chagas, barbeiros existentes na região e maneiras de evitar a doença. “Nós levamos essas atividades todas em um formato lúdico, bastante brincante para todos”, afirma Tania.
 
Para a diretora do CCPPA, Acylena Coelho Costa, receber o projeto Expresso Chagas XXI “representa uma iniciativa de colaboração científica entre as instituições, principalmente na proposta de uma ação educativa de prevenção da doença de Chagas”. “Nós do Centro de Ciências e Planetário do Pará nos sentimos lisonjeados em receber esse projeto e poder integrá-lo nas ações do nosso espaço”, destaca a gestora.
 
Além da Uepa e dos Programa de Pós-graduação em Ensino em Saúde na Amazônia (PPGESA) e Programa de Pós-graduação em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia (PPGEECA) da instituição, a exposição conta com o apoio da Universidade Federal do Pará (UFPA), Instituto Evandro Chagas (IEC), Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa), Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma), Instituto Tecnológico Vale (ITV) e Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.
 
Trem Imaginário
 
Depois de se identificar na Estação, receber o crachá e as orientações sobre o evento, os participantes poderão explorar os seis vagões temáticos disponíveis no Expresso Chagas XXI. Conheça:
 
Vagão 1: Associações - espaço destinado à interação e conhecimento entre as associações de portadores e pessoas afetadas pela doença de Chagas, e à luta pelo direito aos cuidados em saúde;
 
Vagão 2: Laboratório - espaço para os participantes observarem em microscópios e lupas e refazerem a descoberta de Carlos Chagas, olhando o parasita e os barbeiros, atualizando-se sobre as pesquisas em doença de Chagas, fazendo teste diagnóstico para rastreio, notificação e tratamento com benzonidazol e outras estratégias complementares. A doença de Chagas tem tratamento, apesar de muitas pessoas desconhecerem esse fato;
 
Vagão 3: Brincar e descobrir - espaço para visitar algumas obras escolhidas de Cândido Portinari sobre a temática da pobreza e da alegria, e para entrar em uma artéria gigante e descobrir os elementos do sangue, essencial para a infecção e para o diagnóstico da doença de Chagas;
 
Vagão 4: Casa e Saúde Única - espaço para conhecimento sobre a relação entre pessoas, animais e ambiente, no contexto da grande diversidade de barbeiros e mamíferos que hospedam o Trypanosoma cruzi, com a geração dos diversos cenários de risco que precisam ser identificados nas casas e nos peridomicílios onde a transmissão pode ocorrer;
 
Vagão 5: Bem-Estar - espaço dedicado às Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), com destaque para aromaterapia, arteterapia, música, teatro, dança, atividades físicas para o bem-estar mental, emocional, social e físico;
 
Vagão 6: Sua Voz - espaço para um momento de resgate à memória e percepções dos participantes, sua avaliação do Expresso e para registro de seus depoimentos sobre a experiência vivenciada. 
 
Serviço
 
Projeto Expresso Chagas XXI
Visita e testagem para doença de Chagas
Programação gratuita
Dia 11/11: das 8h às 17h; e dia 12/11, das 8h às 12h.
Local: Centro de Ciências e Planetário do Pará (CCPPA), Av. Augusto Montenegro, s/n, Km 03 - Mangueirão, Belém.
 
Texto: Monique Hadad (Ascom Uepa) e Vallery Dantas (Ascom Uepa)
Fotos: Divulgação Expresso Chagas XXI