O titulo é atribuído às personalidades que tenham se distinguido pelo saber ou pela atuação em prol das artes, das ciências, da filosofia, das letras ou do melhor entendimento entre os povos
*Atualizado em 20 de março, 18h06
O reconhecimento do trabalho do médico e professor da Universidade do Estado do Pará (Uepa) Raimundo Nonato Queiroz Leão frente às doenças Infecciosas e descobertas para melhorar a rotina da saúde e da educação pública no estado foi o destaque da titulação de Doutor Honoris Causa concedido ao professor na manhã desta sexta-feira (20). O título foi concedido pelo reitor da Universidade, Juarez Quaresma, no auditório do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS).
O título, cuja concessão a Raimundo Leão foi aprovada pelo Conselho Universitário (Consun) no último mês de novembro, é atribuído à personalidade que tenha se distinguido pelo saber ou pela atuação em favor das artes, das ciências, da filosofia, das letras, promoção da paz, de causas humanitárias, por sua boa reputação, virtude, mérito ou ações de serviço que transcendem famílias, servindo de exemplo para a comunidade acadêmica e para a sociedade em geral.
A professora do CCBS, Cléa Bichara, destacou que “falar de Raimundo Leão é uma tarefa fácil e ao mesmo tempo muito difícil, uma contradição que deve-se aos seus predicados que são tantos, que corremos o risco de involuntariamente deixar de citar algum” e que o exemplo de educador “sempre nos manteve inspirados em manter nossas atividades e sempre buscamos apoio em seu excepcional conhecimento”.
Em seu discurso congratulatório, o professor Raimundo Leão agradeceu aos familiares, amigos e profissionais com quem convive. “Sinto-me privilegiado por ter sido escolhido neste momento. Tenho muita satisfação em receber tão significativo reconhecimento, até porque tive a oportunidade de contribuir na construção da história desta instituição, convivendo com pessoas que me ajudaram a produzir inúmeros trabalhos ora reconhecidos”, ressaltou.
Ao falar de sua trajetória, Leão disse que “muitos daqueles, assim como eu, vieram de classes menos favorecidas, mas venceram com dificuldades, sim, mas com dignidade”. No fim do seu discurso, Raimundo Leão parafraseou o cientista Albert Einsten: “temos que fazer o melhor que podemos, pois esta é nossa sagrada responsabilidade humana”.
Entre as autoridades presentes, estava o primeiro professor emérito oficialmente diplomado pela Uepa Manoel Viegas Campbell; a presidente da Sociedade Paraense de Infectologia, Socorro Corrêa; e a presidente da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, Rosângela Monteiro.
Biografia
Raimundo formou-se em Medicina pela Universidade Federal do Pará (UFPA) no ano de 1972, atuou como professor da Uepa durante 25 anos, colaborou na elaboração de manuais técnicos do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além de ser membro titular do Conselho técnico-científico do Instituto Evandro Chagas (IEC).
Atuou como médico do Instituto Ophir Loyola, Santa Casa de Misericórdia do Pará e Ministério da Saúde e como professor de ciências naturais em cursos secundários de escolas estaduais e municipais e, posteriormente, como professor de doenças infecciosas em cursos universitários como os de Medicina e Enfermagem da UFPA e Uepa.
Ao longo de sua carreira, publicou três livros. São eles: Doenças infecciosas e parasitárias: enfoque amazônico, editado pela Editora Cejup em coedição coma a UEPA, Instituto Evandro Chagas, finalista e vencedor do prêmio Jabuti 1998; Unimed Belém: Prevenção e Controle de Infecção em Serviços de Saúde, editado pela Editora Unimed Belém; Medicina Tropical e Infectologia na Amazônia, editado pela Samauma Editorial em coedição com o Instituto Evandro Chagas, finalista do prêmio Jabuti 2014.
Texto: Igor Augusto, com colaboração de Alberto Dergan
Edição: Ize Sena
Fotos: Bianca Almeida