Programa Adote uma Espécie visa conservação florestal

Enviado por Ize Sena em Qua, 15/06/2016 - 17:04
A Universidade do Estado do  Pará  (Uepa)  e  o  Grupo  Arboris executam  em  parceria  o Programa  Adote  uma  Espécie  Florestal.  Por intermédio do  Programa,  cerca  de  7000 hectares  de florestas  nativas,  no  município  de  Dom  Eliseu,  estão  à  disposição  dos acadêmicos  e  professores  do  curso  de  Engenharia  Florestal  para  o  reconhecimento  de 320 diferentes espécies florestais comerciais. O Adote uma Espécie visa o uso e a conservação de florestas naturais.
 
Na primeira fase, os acadêmicos participam de uma solenidade  de  adoção, que consiste na marcação e identificação das espécies adotadas.  A partir desse momento, os acadêmicos se comprometem  em  estudar  a  fundo  as  propriedades  das  árvores  e  se tornarem  especialistas  nela.  Participam  do  projeto  docentes  e  discentes  do  campus Paragominas.
 
De acordo com  o  aluno  do  4º  semestre,  Erick  Jahn  Nascimento  Coelho,  20  anos,  a participação  no  Programa  possibilita  conhecer  as  particularidades  das  espécies  vegetais.  “Isso  me  permite  adquirir  conhecimentos  relacionados  ao  manejo  e  uso  sustentável  dos recursos florestais da região”, diz ele.
 
Já a estudante  Kássya  Oliveira,  19  anos,  destaca  que  quanto  mais  vegetações  forem descobertas,  maior  será  o  número  de  produções  científicas.  “O  Projeto  tem compromisso  com  a  ciência,  tecnologia  e  com  a  própria  instituição,  e  se  todos adotassem  uma  espécie  florestal  na  Amazônia,  teríamos  muito  mais  produção  científica na área de recursos florestais”, frisa. 
 
Para o professor  e  coordenador  do  Adote no campus Paragominas,  Madson  Sousa,  a  partir  do estudo  aprofundado  das  árvores,  os  acadêmicos  aperfeiçoarão  a  qualificação  e consequentemente  terão  mais facilidade  de  inserção no mercado de  trabalho. “Eles  conseguirão  responder  às  demandas  de  mercado  por  meio  da  pesquisa  e  ensino. Formaremos  engenheiros  com  conhecimentos  teóricos  e  práticos,  do  chão  da  floresta  ao chão  da  fábrica.  Isso  terá  um  diferencial  imenso  no  perfil  futuro  dos  nossos  alunos. Além  do  mais,  futuramente  pretendemos  estreitar  mais  ainda  esse  laço  com  a perspectiva de estabelecermos um programa de trainee”, enfatiza o professor.
 
O coordenador do curso de Engenharia Florestal, Nelivelton  Gomes,  reforça  que  o trabalho  em  conjunto  traz  benefícios  às  instituições  e  também  ao  meio  ambiente.  “Os professores ganham em  função  das  pesquisas,  os  alunos  das  publicações  e  o  Grupo Arboris  que  almeja informações básicas para realizar manejo florestal.  Vamos  sair  na  vanguarda  da  pesquisa  em paricá,  que  é  uma  espécie  nova  na  Região  Amazônica.  Tem  outras  espécies  que precisam  ser  descobertas  para  diminuir  a  pressão  sobre  as  espécies  comerciais.  Esse processo  vai  dar  mais  segurança  para  o  aluno  que  sai  formado  pela  Uepa,  ter  muito  mais chances de sucesso”, destaca.
 
O diretor-presidente do Grupo Arboris, Marco Siviero, frisa que a floresta deve se tornar um ativo financeiro, um bem desejável e usufruído para que as famílias se disponham a mantê-la. “Para realizar o manejo, sob a melhor tomada de decisão, é necessário deter as informações silviculturais, ecológicas e tecnológicas de cada espécie florestal”, diz ele.
 
O acordo de cooperação  entre  Uepa  e  Grupo  Arboris, assinado em 2015, compreende  quatro  grandes  planos de trabalho: Caracterização  tecnológica  de  10  espécies;  Adote  uma  Espécie; Projeto  de  Manejo  em  Floresta  Natural  Fortemente  Antropizada  –  SubBosque  II;  e  Disciplinas  de Paricá  I,  II  e III, que capacitarão Engenheiros Florestais desde a contratação do recurso financeiro em banco, implantação da cultura, execução dos tratamentos silviculturais até a colheita. 
 
A ideia é que  os  três  campi  da  Universidade em  que  há  o  curso  de  Engenharia  Florestal  -  Belém, Paragominas  e  Marabá  – participem  dos  projetos.  “A  Uepa  tem  perfil  e  força  em  tecnologia  de  madeira.  Ela  é uma  instituição  nova,  com  vontade,  e  tem  gás  para  fazer  os  trabalhos”,  destaca  o  diretor do Grupo Arboris,  Marco Siviero.  
 
Texto: Renata Paes
Foto: Divulgação