À tarde desta quinta-feira, 22 de dezembro, será de debates na Sala de Recitais do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE). O Grupo de Pesquisa Movimentos Sociais, Educação e Cidadania na Amazônia (Gmseca) da Universidade do Estado do Pará (Uepa), em parceria com o Movimento em Defesa dos Direitos Humanos da Vida (MDHAVida), realiza a mesa redonda “ Violência Urbana na América Latina: A situação de pobreza, a segregação étnica, a criminalidade e a insegurança da Juventude”. A entrada é aberta ao público e a programação ocorre até às 19h.
Para a abertura foram convidados o mestre em Direito e colaborador do Centro de Defesa da Criança e Adolescente(CEDECA) – EMAÚS, Rômulo Fonseca Morais; o doutor em Desenvolvimento Sócioambiental, Clay Anderson Nunes; e a ouvidora do Sistema Estadual de Segurança Pública e de Defesa Social, Eliana Fonseca.
Rômulo abriu o debate ao destacar como a violência é alimentada, não só no Brasil, mas no Pará e especificamente em Belém. Ele abordou o extermínio da juventude negra. Segundo ele, estudos comprovam o preconceito enraizado na sociedade em relação aos negros. “ A vida do negro não vale nada para o sistema econômico. Antes o negro era escravizado, usado para trabalho. Hoje o cenário mudou, e o negro passou a ser assassinado ou posto na prisão. O número de presos em flagrante, abordagens policiais, e prisões, majoritariamente são de negros. É diferente o olhar sobre as pessoas brancas”, destacou ele.
A programação está dividida em três momentos: exposição de pesquisadores da área; os relatos de famílias atingidas pela violência e experiências de movimentos de jovens; e a exposição geral da violência urbana na América Latina.
A proposta do evento é promover o diálogo com alunos, professores e a comunidade em geral, propondo questões sobre a origem da violência no país, os rumos e as consequências das políticas de segurança pública e o papel da ausência de uma educação de qualidade neste cenário.
Texto e foto: Renata Paes