O projeto Falando Nisso, vinculado ao curso de Pedagogia Bilíngue da Universidade do Estado do Pará (Uepa), realiza nesta quinta-feira, 29, às 16h, uma roda de conversa virtual, na página do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE), no Facebook, para discutir questões relacionadas à pessoa com autismo. O evento, aberto ao público, aproveita o momento do Abril Azul, mês de conscientização do autismo, para debater conceitos e abordagens que proporcionem melhor entendimento acerca do autismo e trazer oportunidades para diferentes atuações na sociedade.
Os participantes planejam abordar o assunto sob diferentes perspectivas. Os professores Gabriel Venturieri e Antônio Venturieri, reportarão suas experiências enquanto pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Rejane de Assis Oliveira Monteiro, professora da Uepa, e Michelle Bahia Valadares, da Escola CEMI Intelecto, vão analisar aspectos relacionados ao viés educacional, enquanto as professoras Elissa Oliveira Duarte e Bianca Venturieri apresentarão uma visão familiar da questão.
Sheila Abbud, coordenadora do curso de Especialização em Transtorno do Espectro Autista: Intervenções Multidisciplinares em Contextos Intersetoriais da Uepa e professora com mais de 30 anos de experiência no atendimento de pessoas com TEA, acredita na necessidade de debater e acompanhar as novas maneiras de perceber essa condição, bem como a evolução das pesquisas. De acordo com a professora, essa atitude ajuda a superar novos entraves no processo de socialização de pessoas autistas. “O que temos, atualmente, é a maior capacidade de identificação dos traços que caracterizam o TEA, com diagnósticos mais precisos e atualizados, isso cada vez mais precocemente”, analisa.
Professora Sheila esclarece ainda, que o autismo possui uma série de características que se manifestam em graus diferenciados e que, além disso, o transtorno pode ser detectado em várias idades, inclusive durante a fase de amamentação. “Em bebês, podem ser percebidos sinais como o choro frequente, insistente e ininterrupto. E, além disso, quando a criança não estende os bracinhos para manter contato, não se aninha no colo e não fita os olhos da mãe durante a mamada”.
Sobre a importância do preparo na formação dos educadores para a compreensão do autismo, professora Rejanne Monteiro aponta que é preciso ter uma ampla visão sobre o contexto do aluno para empregar estratégias pedagógicas, adaptar ou desenvolver atividades com adequadas à situação. “O professor tem que conhecer os comportamentos da criança com deficiência, seja qual for a necessidade e as diferenças específicas dela”, diz.
Antônio Venturieri, professor do curso de Medicina e convidado do Projeto Falando Nisso deste mês, conta que, com determinação superou as dificuldades para obter sua colocação profissional. “Notei que consegui seguir em frente na minha carreira e talvez precise melhorar no que se refere a relacionamento social”. E, em mensagem para outros autistas, afirma também que é necessário autocompreensão e manter o foco: “Precisa seguir em frente de acordo com seu coração”.
Transtorno do Espectro Autista e atendimentos a pessoas deficientes na Uepa
A Universidade elabora e aplica projetos e dinâmicas para a comunidade interna e externa nos eixos de ação de pesquisa, ensino e extensão. Faz parte das práticas institucionais o atendimento especializado aos alunos dos cursos superiores, por meio do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI) e Núcleo de Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva e Acessibilidade (NEDETA), que buscam estimular adaptação, desenvolvimento e acolhimento adequado para pessoas que tenham algum tipo ou grau de deficiência.
Além disso, há disciplinas em cursos de licenciatura da Uepa, que abordam especificamente o acompanhamento e aplicação de estratégias educacionais voltadas ao ensino de alunos com TEA. E, mais recentemente, a Especialização Lato Sensu em Transtorno do Espectro Autista: Intervenções Multidisciplinares em Contextos Intersetoriais.
Serviço:
Projeto Falando Nisso: Roda de conversa sobre autismo.
Data: 29/04/2021 (quinta-feira).
Hora: 16h.
Local: Página Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE), no Facebook.
Texto: Wesley Lima (Ascom Uepa).
Foto: Ann H. (Pexels).