Teve início nesta manhã, 19 de outubro, o projeto cultural Café e Debate, que aborda o tema Religião e Linguagem entre doutores, professores e acadêmicos de graduação. O encontro ocorre na Sala de Recitais do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE) durante o dia de hoje.
O doutor em Teologia pela Universidade de Heidelberg na Alemanha e coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), Paulo Augusto Nogueira, realizou a conferência de abertura do evento onde abordou A religião como sistema de linguagem: moldagem do mundo e subversões.
De acordo com Paulo, o debate busca difundir o estudo da linguagem religiosa, antes feito de maneira segmentada. “Os estudos já ocorriam em diferentes áreas da Ciência da Religião, porém percebemos que faltava uma articulação sistemática dessa questão em programas do curso. Na contemporaneidade, em uma abordagem linguística e semiótica, é preciso entender que existem diversas maneiras de transmissão de mensagens também na religião”, explicou o conferencista.
A mesa de abertura ainda contou com o doutor em Teologia, Etienne Alfred Higuet, e com o pós-doutor em Literatura, Douglas Rodrigues da Conceição, ambos da Uepa. Os dois se juntam a Paulo Augusto Nogueira como co-autores do livro Religião e linguagem: abordagens teóricas interdisciplinares. O livro foi lançado oficialmente em Belém após a conferência de abertura, com o exemplar custando R$ 51.
A obra busca entender a relação entre as tradições religiosas e a linguagem, a partir de questões visuais, sociológicas e literárias. Cultura visual, teoria literária, estudos culturais, sociologia e hermenêutica são temas que norteiam o livro de acordo com as pesquisas de cada co-autor.
“Entendemos que os estudos da religião precisam partir de perspectivas interdisciplinares, como as perspectivas literárias, visuais, formas midiáticas, hermenêuticas tradicionais, etc. O livro mostra como as formas visuais e literárias, antes não perceptíveis, revelam mensagens contidas nos templos, nos livros sagrados, em obras religiosas”, disse o professor Douglas Conceição.
A programação segue durante à tarde a partir das 15h com o minicurso “Os livros apócrifos”, ministrado por Paulo Nogueira. A proposta é discutir sobre as obras vinculadas a tradição cristã, que não foram reconhecidas no cânone cristão.
Texto: Rafael Dias
Foto: Nailana Thiely