Como enfermeira da Santa Casa de Misericórdia há oito anos, Simone Fernandes, 40 anos, concluiu o Mestrado oferecido pela própria instituição no final de 2014. Agora, Simone quer publicar o seu trabalho e implantar o seu projeto de Orientação Pré-operatória Integrada entre enfermeiros, médicos e pacientes da instituição de saúde do Estado. A servidora participou do primeiro Mestrado da Santa Casa, em 2011, motivada por uma experiência pessoal. “Fui operada em um hospital particular e senti falta de um corpo clínico efetivo no pré-operatório”, ressalta a enfermeira.
O método de humanização do atendimento dos pacientes, aperfeiçoado com o trabalho apresentado por Simone, deve ser implantado em breve. Nessa conversa do enfermeiro com o paciente, são levados em consideração aspectos como histórico médico, traumas psicológicos, profissão e até religião. “Em alguns casos a gente recebia freiras, por exemplo, que não aceitavam usar camisolas abertas atrás. Isso tudo é detectado na visita”, conta a profissional da área da saúde.
O Mestrado oferecido pela Santa Casa foi introduzido há quatro anos pela ex-diretora de Ensino e Pesquisa da Fundação de Saúde, Cléa Bichara. Lisomar Móia foi chamada para ajudar no projeto e hoje é a diretora do centro de Pesquisa. Neste mês foram abertas as inscrições para o Mestrado Profissional em Gestão e Saúde na Amazônia. Nessa quarta turma a ser formada, serão oferecidas 14 vagas, 50% delas estão abertas ao público em geral e as outras 50% reservadas aos servidores.
A Fundação Santa Casa possui duas linhas de pesquisa: saúde-adoecimento e seus agravos; e gestão e planejamento em saúde. O corpo docente é composto por médicos, enfermeiros, psicólogos e farmacêuticos. “Nós não temos um corpo docente próprio. Por isso, contamos com a parceria da Universidade do Estado do Pará (Uepa) e Universidade Federal do Pará (UFPA)”, explica a diretora de Ensino e Pesquisa da Santa Casa. A primeira etapa, com a prova escrita, vai ser realizada no dia 20 de setembro.
Já a Uepa realiza este mês a prova de Mestrado em Enfermagem. A avaliação é dividida em três fases (todas eliminatórias): prova escrita, apresentação de documentos e pré-projetos e por último, análise do currículo.
Baseada no planejamento de qualificação docente da instituição de ensino, a Uepa oferece todo ano sete programas de Mestrado por meio de editais, além de Mestrados e Doutorados em convênio com instituições nacionais, contando com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). As especializações oferecidas são nas áreas de saúde, educação e tecnologia e não existem vagas reservadas para servidores, que terão que disputar os cursos oferecidos com os demais concorrentes.
A Universidade investe cerca de 500 mil reais, entre salários e o custo com o curso, por aluno. Nos próximos anos, a meta é ampliar o número de especializações. “Queremos fortalecer cada vez mais o ensino e a pesquisa, fomentando a produção do conhecimento científico”, diz a diretora de Desenvolvimento à Pós Graduação, Margareth Sá.
Com os cursos de Mestrado realizados na própria instituição de educação, os alunos ganham em comodidade e riqueza do material pesquisado. João Colares, 32 anos, concluiu o Mestrado em Educação na Uepa, em 2008, e agora já se prepara para o Doutorado. Ele apresentou um projeto sobre educação na Amazônia e fez questão de fazer o Mestrado pela universidade local. “O diferencial foi trabalhar com professores que conhecem melhor a realidade da região. Assim, pude desenvolver uma realidade própria de educação, com ribeirinhos e índios”, reforça o agora doutorando.
Serviço:
As inscrições para o Mestrado Profissional em Gestão e Saúde na Amazônia, da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, seguem até o dia 4 de setembro e podem ser feitas pela internet, no site www.fadesp.org.br.
Texto: Syanne Neno, da Secretaria de Estado de Comunicação
Foto: Carlos Sodré/Agência Pará