Como funciona o processo de avaliação de um curso de pós-graduação? Qual a importância da produção científica? Por que publicar em periódicos? Essas foram algumas das questões discutidas durante a segunda edição do Seminário de Aplicativo para Propostas de Cursos Novos (APCN) que ocorreu nesta quinta-feira, 28 de fevereiro, no Auditório da Telessaúde, no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Universidade do Estado do Pará (Uepa). Promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp), o evento reuniu professores de diversas áreas e campi da instituição, tendo como objetivo central discutir as diretrizes básicas para elaboração de novos cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado).
Entre os assuntos abordados durante o Seminário, os docentes puderam compreender quais os critérios para aprovação ou reprovação de um curso de pós-graduação pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). “Desde que realizamos a primeira edição do Seminário de APCN, nós conseguimos aumentar em 70% o número de cursos de pós-graduação na Uepa. Antes nós tínhamos sete programas e hoje nós temos 12. Antes nós tínhamos propostas que eram apresentadas e eram reprovadas, mas ano passado nós tivemos quatro propostas de cursos de pós-graduação aprovadas pela Capes. Isso já foi um grande avanço, então nesse segundo seminário nós quisemos focar em alguns pontos que foram deficientes nas propostas que foram recusadas no ano passado”, explicou o pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da Uepa, professor Renato Teixeira, reforçando que entre as deficiências está a importância da produção científica como a regularização de grupos de pesquisa e a publicação de artigos em periódicos nacionais e internacionais com boa avaliação na Qualis (classificação feita pela Capes).
Além disso, os participantes também aprenderam as regras de preenchimento da plataforma Sucupira: uma ferramenta que coleta informações para realizar análises e avaliações e ser a base de referência do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG) da Capes. “É a primeira vez que eu participo do evento e está sendo muito proveitoso. Somos docentes em uma universidade pública, mas ainda temos algumas dificuldades e é bom saber que a gestão, por meio da Propesp, está disposta a nos ajudar a tirar algumas dúvidas por meio desse compartilhamento de experiências”, contou a professora Ilma Pastana Ferreira, participante do evento e docente da Uepa.
Para o professor Márcio André Vera Machado da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) - coordenador adjunto da Área de Administração Pública e de Empresas, Ciências Contábeis e Turismo na Capes – a iniciativa da Uepa em realizar o evento é de suma importância para o fomento da pesquisa científica na Região Amazônica: “Eu fiquei surpreso com o evento. Infelizmente, não é o mais comum esse tipo de Seminário porque a elaboração de novos cursos de pós-graduação acontecem normalmente por iniciativas individuais. A Uepa está de parabéns por tentar corrigir as possíveis deficiências e envolver os diferentes setores”, explicou o professor após a sua palestra intitulada UnB-UFPB-UFPE-UFRN: Um modelo de associação interinstitucional.
A programação também contou com palestras do professor Marcus Vinícius Henrique Brito, coordenador nacional dos Programas de Mestrado Profissional da Medicina III da Capes; e do professor Altem Pontes, coordenador do Mestrado Acadêmico em Ciências Ambientais da Uepa.
Com o objetivo de envolver os docentes dos campi do interior do Estado, o evento também foi transmitido ao vivo via vídeo conferência pelo site da Propesp. ”Nós da Propesp sempre estamos à disposição para os nossos pesquisadores. Nós sempre informamos quando tem uma chamada pública e nos colocamos à disposição para quem quiser apoio para elaborar esse projeto ou tirar alguma dúvida, seja docente da Uepa em Belém ou no interior”, explicou o pró-reitor Renato Teixeira.
Texto: Helaine Cavalcante
Foto: Nailana Thiely