O público lotou o auditório Paulo Freire, do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE) da Universidade do Estado do Pará (Uepa), para assistir a primeira sessão de 2016 do CineClube Valmir Bispo, com a exibição do filme O Substituto. A produção cinematográfica do cineasta Tony Kay, abordou as relações que existem entre professores e alunos na sala de aula. A entrada foi franca e os participantes, graduandos da Uepa e alunos do nono ano da Escola Municipal Honorato Filgueiras, ganharam pipoca.
A acadêmica do primeiro semestre do curso de Licenciatura em Pedagogia, Dandara Sanches, 20, conta que é amante de cinema. Ao saber da sessão, se interessou pelo filme por retratar situações vividas pelos profissionais da educação. “ Muito interessante a história e vai contribuir para a minha formação”, diz ela.
Ao lado de Dandara, a amiga de curso, Isabella Melo, 18, diz que aprecia filmes de romance, terror, e embora O Substituto não siga nenhum desses gêneros, a produção chamou atenção ao revelar que a educação começa dentro da família. “ A gente sempre bate na mesma tecla, de que o pedagogo não é completamente responsável pela educação da criança. Educação não se trata só de escola. Vem de casa, na família”, frisa.
Ao término da sessão, filósofos e os críticos de cinema, Marco Antonio Moreira Carvalho, presidente da Associação de Críticos de Cinema do Pará, e Arnaldo Correa Prado Junior, membro da Academia Paraense de Ciências e da Associação de Críticos de Cinema do Pará, debateram sobre a mensagem que a produção quis transmitir.
“No caso particular desse filme, retrata a relação aluno e professor. Uma relação interessante, mas que nem sempre é fácil. Esse filme não foi exibido no Brasil. Pelo fato de não ser muito conhecido, se torna mais interessante”, destaca o professor Marco Antonio Carvalho.
Para o professor Arnaldo Correa Prado Junior, o cinema é um instrumento valioso para a educação. “ O filme sintetiza vários problemas complexos de professor com alunos, de professor com professor, aluno com direção de escola, professor com direção. Um debate precisa ser construído e participar é um elemento importante”, destaca ele.
A escolha do filme foi feita pela própria comunidade acadêmica da Universidade. Urnas de votação foram colocadas no Restaurante Universitário do CCSE, Biblioteca do CCSE, Pró-Reitoria de Extensão (Proex) e na Portaria da Reitoria. Havia três opções de filme. Foram elas: Livre, de Jean-Marck Valée; Belém aos 80 anos, de Alan Kardeck Guimarães; e O Substituto, de Tony Kaye. O Substituto ganhou com 104 votos. Mais de 350 pessoas votaram.
HOMENAGEM
Antes de se iniciar a sessão, a coordenadora do Núcleo de Arte e Cultura(Nac), Ana Telma Monteiro de Sousa, leu o histórico da vida do finado professor que trabalhou na Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da Uepa, a frente do Núcleo de Arte e Cultura(Nac), Valmir Carlos Bispo Santos. Ele era conhecido por ser um docente dedicado à promoção da educação e cultura no Estado do Pará.
A irmã de Valmir, Joice Bispo Santos, recebeu das mãos da coordenadora do Nac, Ana Telma, e da pró-reitora de extensão, Mariane Franco, uma placa em homenagem a Valmir. Este ano, o Projeto passou a se chamar CineClub Valmir Bispo.
CINECLUB
O Cineclube surgiu com a proposta de utilizar o cinema como recurso pedagógico, empregando-o em debates sociopolíticos e artísticos. A pró-reitora de extensão, Mariane Franco, destaca que o projeto permanecerá a ser itinerante, e juntamente com o Uepa nas Comunidades, o CineClube estará nos campi dos municípios do Pará. “ O cinema serve de inspiração para a vida, para o futuro, para que o jovem possa exercer a profissão, mudar de vida. Um filme é inspirador. Temos o cinema como uma mudança positiva”, diz ela.
A primeira sessão do CineClube ocorreu no final de 2012. A princípio, os filmes eram exibidos no auditório da Reitoria da Uepa. Em 2015, o projeto se tornou itinerante e chegou aos demais campi da Universidade na capital.
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Texto: Renata Paes
Foto: Renata Carneiro