Uepa contribui nos debates do XVIII Congresso Médico

Enviado por Ize Sena em Sex, 29/04/2016 - 18:35
A XVIII edição do Congresso Médico Amazônico, encerrado na última quarta-feira (27), no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, contou com professores da Universidade do Estado do Pará (Uepa), que palestraram em seminários e cursos, e divulgaram informações sobre pesquisas desenvolvidas dentro da Instituição. Para os acadêmicos, o Congresso foi a oportunidade de dar visibilidade aos trabalhos científicos.
 
Durante a programação, a coordenadora do Núcleo de Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva e Acessibilidade (Nedeta), Ana Irene de Oliveira, deu contribuições no Fórum Paraense de Terapia Ocupacional. Por meio do Nedeta, que faz parte da Rede Nacional de Tecnologia Assistiva, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e conta com pesquisadores de instituições públicas e privadas locais, e nacionais, cria tecnologia para melhorar a vida das pessoas com deficiência, com prioridade em produtos acessíveis economicamente.
 
Outra participação da Uepa foi no Simpósio sobre Zika Vírus, com a doutora Consuelo Oliveira. Ela esteve à frente das discussões acerca da doença que tem mobilizado a população a lutar contra a proliferação do mosquito transmissor, o Aedes Aegypti.  
 
O doutor e reitor da Universidade, Juarez Quaresma, falou sobre a Hanseníase. Ele apresentou dados do Ministério da Saúde de 2012, que contabilizam no Brasil 33.303 casos da doença. O país perde apenas para a Índia, com 134.752. A elevada detecção da doença entre crianças e adolescentes menores de 15 anos e o tardio diagnóstico tem gerado sequelas irreparáveis nas futuras gerações. 
 
Já a coordenadora do Serviço de Dermatologia da Uepa, Regina Carneiro, falou das doenças de pele que assolam a população e da necessidade de profissionais capacitados para diagnosticar e ajudar no combate a doença. A doutora Irna Carneiro tratou do manejo no tratamento e em situações de isolamento do vírus H1N1. A coordenadora do curso de Medicina, Elaine Xavier, participou do Fórum Desafios do Ensino Médico na Região Norte.
 
 
 
 
ACADÊMICOS
 
Na área de exposição, o acadêmico do 7° semestre de Medicina, Nelson de Lima, 20 anos, explicou aos participantes do Congresso, os resultados obtidos na pesquisa que avaliou as impressões e sentimentos dos homens em relação ao exame do toque retal, como preventivo para o câncer de próstata. Foram entrevistados 100 pacientes acima de 40 anos, atendidos pelo Centro de Saúde Escola (CSE), da Uepa.
 
Os resultados chamaram atenção. Dos 100 homens, apenas 26 afirmaram fazer o exame de toque. Desse reduzido número, 15 tiveram impressão positiva sobre o exame, 11 se sentiram envergonhados, três desconfortáveis, dois sentiram dor, e um alegou ter sido violado. Segundo Nelson, os homens que fizeram pelo menos uma vez o exame foram motivados pela incidência de câncer de próstata na família. Já os homens que nunca passaram pelo toque, alegaram ter feito o PSA, teste de sangue para dosagem do antígeno prostático. Segundo Nelson, eles acreditavam que só o PSA seria suficiente para o diagnóstico do câncer de próstata.
 
“Tem homens que só fazem o PSA porque pensam que substitui o do toque, mas não. O toque e o PSA devem ser feitos. Um é complementar do outro. Eles não se excluem. Entre as principais razões de os homens não fazerem o exame de toque, é o fato de eles afirmarem que vão sentir dor, também é por falta de indicação médica, e por afronto a masculinidade”, reforça o estudante de medicina.
 
O acadêmico do 8° semestre de Enfermagem, Erlon Gabriel Rego de Andrade, 21 anos, decidiu expor uma pesquisa com foco na segurança do trabalhador no ambiente de trabalho. Erlon levou em consideração os casos de acidente que levam a lesões, inadequações funcionais e até óbitos. Para isso, o estudo foi feito com quatro funcionários dos serviços gerais do Campus de Enfermagem da Uepa.
 
Os funcionários, dois homens e duas mulheres, entre 30 a 45 anos, foram questionados sobre a forma como exerciam as tarefas de limpeza, utilização dos equipamentos de segurança – luvas, botas, máscaras, avental; se houve casos de acidentes; e principais queixas. Os profissionais responderam que os equipamentos de segurança são fornecidos e não houve nenhum acidente de trabalho.
 
Porém, a pesquisa concluiu que mesmo dispondo do material de trabalho, ele nem sempre é utilizado. “Para algumas atividades que aparentam não ter riscos, como limpar uma sala de aula, eles não usavam botas.  Mesmo em sala há risco de um material cair nos pés deles e as botas amorteceriam.  Já a limpeza nos laboratórios, diante de substâncias de riscos biológicos, químicos e físicos, usavam as luvas, botas, máscaras”, detalha Erlon.  
 
Os funcionários receberam orientações a respeito da necessidade de usar os equipamentos de segurança. “Notamos que há carência de trabalho nessa área, de advertir as pessoas sobre os acidentes de trabalho. Eles nos agradeceram muito e nós aprendemos com eles também”, ressalta ele.  
 
CONGRESSO
 
O Congresso começou com uma pré-programação no dia 23 e seguiu até o dia 27 de abril. O evento é uma realização da Sociedade Médico-Cirúrgica do Pará (SMCP). O presidente da comissão organizadora foi o professor da Uepa, Marcus Vinicius Brito. Segundo ele, os profissionais da Universidade tiveram a chance de expor assuntos na área de saúde e de interesse de toda a população. 
 
Texto: Renata Paes