Uepa forma 80 novos médicos para o combate à Covid-19

Enviado por Daniel Leite em Qua, 22/04/2020 - 20:50

A formatura no curso de medicina costuma ser uma festa grandiosa e muito aguardada por todos os familiares e amigos do formando, após acompanharem os seis anos de dedicação que esta graduação requer. Porém, esse cenário, dentro do contexto de uma pandemia como a do coronavírus (Covid-19), é bem diferente. 

Nesta quarta-feira, 22 de abril, a Universidade do Estado do Pará (Uepa) antecipou a entrega de 61 diplomas de discentes do Curso de Medicina dos campi de Belém (48) e de Marabá (13), completando, desta forma, junto à antecipação de 19 diplomas no campus de Santarém, no dia 9 de abril, um ciclo de formação de 80 novos médicos capacitados para assumirem os lugares na luta contra a Covid-19 no Estado do Pará.

A ação da Uepa é embasada na Medida Provisória nº 934 do Governo Federal, por meio do Ministério da Educação, com o intuito de que mais profissionais de saúde estejam capacitados para atuar na linha de frente do combate ao coronavírus. Porém, a decisão de antecipar a entrega dos diplomas foi motivada a pedido dos alunos do curso que iriam se formar no primeiro semestre de 2020. 

“No contexto que estamos passando com o vírus Covid-19, lançar novos médicos capacitados para fazerem atendimento e estar à disposição para auxiliar a comunidade paraense neste momento é de grande valor para ajudar no combate ao coronavírus, portanto, é muito importante a Uepa ter abraçado esse movimento nacional que mobilizou a antecipação de diplomas para discentes dos cursos de medicina de diversas universidades por todo o país”, afirmou a coordenadora do curso de Medicina da Uepa, professora Djenane Caetano.

A antecipação dos diplomas faz parte de um movimento nacional que integra mais de 6.500 alunos de 154 faculdades de medicina que optaram pelo adiantamento da entrega dos diplomas, a partir da liberação que a Medida Provisória nº 934 possibilitou em prol de mobilizar mais ações que possam auxiliar no combate ao coronavírus no país. “A mobilização de diversas universidades no Brasil possibilitou que nosso movimento ganhasse força e pudesse ser ouvido, pois a nossa intenção não é somente se formar, mas, também, assumir a responsabilidade social que nos foi dada pela profissão que escolhemos", comentou a porta-voz do movimento e recém-formada no curso de Medicina da Uepa, em Belém, Maitê Gadelha.

Apesar da falta de experiência no mercado de trabalho, os novos médicos que se formam pela Uepa entram na profissão com vontade de trabalhar e servir à comunidade paraense em um momento tão delicado quanto o atual. “É muito difícil para a gente começar a trabalhar diante da situação que o mundo nos dispõe com esse vírus a solta, porém a disposição da Uepa em nos auxiliar com seu corpo administrativo e colegiado docente, nos permitiu olhar para esse cenário com esperança para que possamos nos sentir prontos para começar nossa profissão, ato que se faz tão urgente atualmente, pois estamos aqui para lutar pela vida das pessoas do nosso Estado e do país”, declarou o recém-formado em Santarém, Luiz Chaves.

Novos desafios - Os Estados brasileiros enfrentam uma das maiores crises sanitárias da história e isso trás um quadro de dificuldades que envolvem diversas práticas profissionais da Medicina, seja no âmbito do atendimento ou do abastecimento de equipamentos. Porém, o objetivo da Uepa é entrar nesse contexto para lutar e conscientizar a população. “Vejo um cenário desafiador em nosso Estado, mas que todas as medidas de enfrentamento disponibilizadas para nossa região têm sido muito bem desenvolvidas, porém ainda há necessidade de maior sensibilização de parte da população quanto a medidas de enfrentamento”, ponderou a coordenadora do Campus XII em Santarém, professora Sheyla Oliveira.

“Assim que o discente se forma, ele entra numa unidade básica de saúde ou emergência preparado para lidar com situações médicas, consciente eticamente do seu exercício profissional. Portanto, no contexto atual, com o aumento de casos e a transmissão cada vez maior, nós estamos oferecendo profissionais para entrar em combate, literalmente na linha de frente, seja lidando com a população que acessa os sistemas de saúde, privado ou público, ou com o avanço e transformações do vírus”, avaliou o coordenador do Campus VIII, em Marabá, Javan Mota.

“Diria que o tempo de formação foi bastante desafiador e muito bom para nós, pois tivemos muitos aprendizados e não tão-somente conhecimentos técnicos, mas também ensinamentos para a vida. Nossos professores sempre foram muito próximos e nos passaram muitos valores além do material pedagógico do curso, portanto, deixo aqui meus sinceros agradecimentos a todos os docentes do curso de medicina”, disse o recém-formado em Marabá, Marthyniano Assunção.

 

Texto: Daniel Leite Jr
Fotos:  Nailana Thiely/ Ascom Uepa; Pedro Guerreiro/ Ag.Pará; Rayda Lima/ Uepa Marabá; CRCA/ Uepa Santarém