Tecnologia para tratamento de câncer na pele é oferecido exclusivamente na Uepa

Enviado por Ize Sena em Qua, 09/12/2015 - 16:35

Tags

Há cerca de dois anos, manchas avermelhadas nas costas e nas pernas apareceram no corretor de imóveis, Diógenes Sauma, 58.  As lesões na pele causavam coceiras e incomodo. Diógenes procurou um dermatologista e foi diagnosticado com micose fungóide, espécie rara de câncer, que começa na pele e pode avançar para a corrente sanguínea.  O especialista lhe prescreveu pomadas. Elas não resolveram o problema.
 
Ao perceber que a situação de Diógenes era mais séria do que aparentava, o médico lhe recomendou sessões de Fototerapia. O procedimento se inicia com entrada do paciente em uma câmara, similar a de bronzeamento, só que na vertical. Dentro do equipamento há lâmpadas que emitem radiações ultravioletas, UVA e UVB. A pele em exposição às radiações consegue inibir e até mesmo controlar o câncer de pele e dermatoses como Psoríase e Vitiligo.
 
No Pará, há apenas um equipamento de Fototerapia na rede pública disponível para atendimento a população. Ele fica no Ambulatório de Dermatologia da Universidade do Estado do Pará (Uepa), localizado na avenida Almirante Barroso com travessa Perebebuí, bairro do Marco. As sessões são realizadas as segundas e quintas-feiras, de 7h30 as 8h30. Os atendimentos são marcados a partir de encaminhamento médico.  
 
Antes de cada sessão, o paciente passa por avaliação dermatológica, que irá determinar o tempo de exposição da pele as radiações.  “São avaliadas as lesões e a partir disso estipulamos o tempo dentro da câmara. As primeiras sessões costumam se iniciar com segundos e conforme o tempo passa, aumenta para minutos. Se não tiver reações, a gente prolonga a exposição até melhorar as lesões”, explica a dermatologista Brena Andrade de Sousa.
 
Diógenes Sauma está satisfeito com os resultados do tratamento e espera o quanto antes poder ficar curado.  “O médico me falou que a Fototerapia é um trabalho revolucionário. Novo. Já fiz uns dois meses de sessões, a coceira parou quase que totalmente e as manchas embranqueceram. Se eu tivesse notado que o tratamento não surtiu efeito, eu já tinha abandonado”, diz ele.
 
Com a mesma doença de Diógenes, a professora Rosemeire do Carmo, 54, passou por nove sessões de Fototerapia. Ela já sente a melhora na pele. “Eu estava com manchas nas costas e abaixo dos seios e achava que era alergia. Depois da biópsia descobri o que tinha e o médico me recomendou para o Ambulatório de Dermatologia. Ele me disse que esse é um dos melhores tratamentos ”, enfatiza Rosemeire.
 
O equipamento também dará apoio ao Programa de Biologia Parasitária da Amazônia da Uepa ao ser utilizado nos projetos de pesquisa de pós-graduação. “Ele foi adquirido com a verba do Programa da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), o Pró-Equipamentos, em apoio ao Mestrado e Doutorado em Biologia Parasitária da Amazônia, do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde(CCBS). O projeto envolve instrumentação terapêutica com Fototerapia em pacientes portadores  de Linfoma Cutânea, Dermatose Inflamatória associada ao vírus HTLV (retrovírus da família HIV), tão prevalente em nossa região”, ressalta a dermatologista e infectologista, Marília Xavier. 
 
Texto: Renata Paes
Foto: Bianca Almeida/Ascom Uepa