Projeto trata pacientes com uso de videogames

Enviado por Anônimo (não verificado) em Seg, 27/01/2014 - 00:00
Everton Sousa, de 21 anos, e Felipe Soares, de 19, são amigos há mais de dez anos. Como todo jovem nessa faixa etária, eles gostam de futebol, escutar música e tirar fotos com o celular. Duas vezes por semana se encontram para fazer tratamento no Núcleo de Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva e Acessibilidade (Nedeta) no campus II da Universidade do Estado do Pará (Uepa) com jogos de vídeo games. Ambos sofrem de paralisia cerebral e necessitam constantemente de ajuda para fazer alguma atividade cotidiana.
 
A chamada Wiiterapia utiliza jogos virtuais chega como uma alternativa, desenvolvida por três alunos do curso de Terapia Ocupacional por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), que perceberam nos games a grande oportunidade de tratar de forma lúdica as pessoas com paralisia cerebral. O projeto começou com seis crianças deu certo e virou serviço. 
 
A doença é causada por lesões ou anormalidades no cérebro. Muitos desses problemas podem ainda ocorrer ainda durante a gravidez, conforme o bebê vai se desenvolvendo dentro do útero, e também podem acontecer a qualquer momento durante os primeiros dois anos de vida, pois o cérebro do bebê ainda está em desenvolvimento. Em muitos casos, a lesão cerebral acontece devido a baixos níveis de oxigenação na área afetada e até o momento não se sabe o porquê isso ocorre.
 
A ideia, segundo Hugo Almeida, um dos estudantes, é aproveitar os movimentos característicos dos jogos como estímulo para os pacientes atendidos no Nedeta.
 
Os jogos são pré-selecionados e programados para atender cada criança e adolescente, de acordo com a necessidade, como recurso terapêutico na reabilitação cognitiva e motora de pacientes com paralisia cerebral.
 
Cada paciente faz a sessão duas vezes por semana durante 45 minutos e os resultados já são vistos. “Os pacientes chegam motivados e a assiduidade é grande, ninguém que faltar e perder a sessão”, afirma o aluno Hugo. A tecnologia é acessível tanto para os alunos do curso, quanto para os pacientes e por isso é tão bem aceita por eles. “Melhorou na assiduidade, o envolvimento. Tudo melhorou consideravelmente. A gente percebe que a motivação do paciente se elevou com a utilização dos games”, ressalta o aluno.
 
Com os benefícios da Wiiterapia e respostas positivas dos pacientes, a mãe de Everton,  Rita Sousa, comemora, e diz que o filho conquistou mais autonomia depois que começou o tratamento com os games. Ela diz que precisou largar o emprego, assim que o filho nasceu, já que os cuidados devem ser redobrados. “Eu carregava o meu filho para todo lado. Everton só começou a andar aos nove anos, quando iniciou o tratamento no Núcleo”, afirma.
 
A coordenadora do Nedeta, a professora Ana Irene Oliveira, explica que o sucesso do tratamento é notório e os resultados satisfatórios, mas ainda não substitui a terapia convencional, trata-se de um complemento e traz novos estímulos, principalmente para jovens. “São todos adolescentes e eles se identificam com as tecnologias. Tanto a questão motora do paciente, quanto a questão cognitiva, são avaliadas e, nas duas, encontramos resultados que mostram que este tipo de tratamento tem eficácia e hoje é considerado como um coadjuvante importante no tratamento deles ”, confirma.
 
Serviço: A Wiiterapia funciona dentro do Núcleo de Desenvolvimento em tecnologia Assistiva e Acessibilidade (Nedeta), Campus II da Uepa.
Telefone: 3277-1909