O Serviço de Referência em Triagem Neonatal (SRTN), da Universidade do Estado do Pará (Uepa), foi habilitado pelo Ministério da Saúde para realizar a Fase IV do Programa Nacional de Triagem Neonatal, mais conhecido como o Teste do Pezinho. A Uepa já executa três fases responsáveis por diagnosticar e tratar erros inatos do metabolismo e outras doenças assintomáticas detectadas no recém-nascido.
A Fase IV inclui o tratamento e o acompanhamento da Hiperplasia Adrenal Congênita,doença genética, caracterizada pela baixa produção dos hormônios Cortisol e Aldosterona, e pelo aumento da produção de hormônios masculinos (Androgênicos). Esta fase também contempla o acompanhamento da Doença de Biotinidase, também genética, caracterizada pela deficiência da Enzima Biotinidase, importante para o metabolismo da vitamina Biotina, ou vitamina H, que atua na formação da pele.
Segundo Nazaré Galvão, coordenadora SRTN da Uepa, a habilitação do estado do Pará na Fase IV é mais um avanço na pesquisa, no tratamento e acompanhamento de doenças metabólicas hereditárias que, se não diagnosticadas precocemente, podem levar a sequelas graves. “Estamos de parabéns porque fomos autorizados a implantar esta fase. O atendimento a certas exigências funcionais e operacionais viabiliza as condições necessárias para implantar a fase seguinte”, afirma.
O Laboratório de Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Lapad) da Uepa é o pioneiro e único no estado voltado especificamente para a Triagem Neonatal. No Lapad, são examinados os materiais colhidos pelos Postos de Coleta dos 144 municípios do Pará. O exame é feito com a análise de gotas de sangue colhidas do calcanhar da criança, de preferência entre o terceiro e quinto dia de vida. O resultado, caso negativo, é divulgado em cinco dias. Se positivo, o paciente é notificado imediatamente e convocado para um novo exame confirmatório no SRTN da Uepa.
Algumas das doenças diagnosticadas pela Triagem Neonatal, como a Fenilcetonúria e o Hipotireoidismo Congênito, são tratadas e acompanhadas pela equipe multiprofissional do ambulatório SRTN da Uepa. Segunda a coordenadora, a ênfase deve ser dada à prevenção, “as doenças detectadas pelo Programa ainda não têm cura, mas se tratadas e acompanhadas proporcionam uma vida normal aos pacientes”.