Projeto oferece oficinas para alunos da rede pública

Enviado por Anônimo (não verificado) em Qua, 16/03/2016 - 16:08

Arte, voluntariado e cidadania convergem no projeto “Trilhas Culturais e Sustentabilidade na Formação de Agentes Ambientais nas Escolas de Belém”, que este ano inicia suas atividades em Belém, após anos de sucesso em Barcarena. Idealizado e desenvolvido pela coordenadora do Núcleo de arte e Cultura (NAC) da Universidade do Estado do Pará (Uepa), professora Ana Telma Monteiro, o projeto teve seu lançamento oficial no último sábado, 12, e já atende 160 crianças da Escola Municipal Honorato Filgueiras, no bairro da Cidade Velha.

Voltado para crianças e adolescentes entre 12 e 16 anos, o projeto oferece aos jovens oficinas de violão, teatro, flauta, dança e artes, porém, busca uma abrangência muito maior. “Um dos objetivos é de ocupar o tempo ocioso dos alunos com atividades que eles poderão até vir a desenvolver de forma profissional, como teatro, dança, música e etc.”, resume a coordenadora. Além disso, dentro das oficinas serão inclusas aulas sobre a história da cidade e do bairro que eles habitam. Também estão no programa visitas guiadas a pontos históricos e turísticos. “Estamos formando agentes, para que atuem como multiplicadores de conhecimento e desenvolvam uma identificação com o seu entorno”, completa Ana Telma.

Para trabalhar melhor o aspecto turístico da formação, o NAC encontrou a parceria da Secretaria Estadual de Turismo (Setur). “Essa é uma nova forma de trabalharmos com a juventude, trazendo para o universo deles mais uma possibilidade de escolha profissional. O turismo no Pará impacta aproximadamente 54 atividades econômicas e talvez estas aulas possam despertar neles o interesse pela área”, avalia a técnica da Setur que atuará como instrutora das turmas, Flávia Lima.

No dia do lançamento do projeto na escola, os alunos chegaram cedo, animados com as possibilidades de aprendizado. Os amigos e vizinhos Pedro Farias, Pedro Henrique Souza e Emerson Rodrigues, todos de 13 anos, optaram pela oficina de violão. “Eu já tive contato com o instrumento antes e gosto muito, mas quero aprender melhor. Quando soube do projeto, corri para garantir vaga”, conta Emerson. Para os dois Pedros, tudo era novidade. “Eu acho muito legal tocar violão, por isso quis fazer a oficina. Gostaria de ser músico”, revela Pedro Henrique.

O talento para as artes cênicas de Endriel Matheus, de 11 anos, foi o que levou a mãe do menino, Janete Caldas, 43, a buscar uma vaga na oficina de teatro. “Ele é muito palhaço, eu acredito que ele possa se tornar um grande ator de comédias”, diz ela, que elogiou a iniciativa do projeto. “Acho maravilhoso incentivar as crianças trabalhando essa veia artística. Esse projeto deveria atender todos os alunos da rede pública”, completa.

O trabalho de voluntários, alunos e servidores da Uepa é o que viabiliza as aulas. Para eles, a empolgação e os bons resultados no desempenho escolar dos alunos – exigência para participação no projeto - são as principais motivações.

O professor de dança César Cordeiro se dedica ao Trilhas Culturais desde seu início, em Barcarena. “É muito gratificante participar de projetos como este, pois o retorno que você tem dos alunos é fantástico. Lembro-me de um ex-aluno que esteve na minha academia há pouco tempo para trazer um convite de sua formatura. Fiquei bastante emocionado com a lembrança dele”, diz.

A descoberta de talentos também incentiva o professor. “Um aluno do projeto Trilhas em Barcarena conquistou uma bolsa de estudos em Balé para os Estados Unidos. Identificar os alunos que possuem afinidade com a dança e trabalhá-los é o objetivo de qualquer professor”, conclui Cordeiro.

Aluna da oficina de dança, a jovem Renata Melo, de 14 anos, espera ser uma dessas descobertas. Filha de pai músico, ela tem grandes aspirações. “Quero ser uma grande cantora um dia, por isso estou aproveitando cada oportunidade para aprender e poder seguir essa carreira”, diz a menina.

O projeto deve atender mais duas escolas em Belém ainda este ano e conta com o patrocínio financeiro da Companhia de Docas do Pará (CDP).

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Texto: Fernanda Martins/Ascom-Uepa
Fotos: Nailana Thiely/Ascom-Uepa