Planetário Móvel desenvolve atividades com detentas

Enviado por Anônimo (não verificado) em Ter, 29/03/2016 - 11:02
Para finalizar o ano letivo, da primeira etapa do ensino fundamental à segunda etapa do ensino médio, 60 internas do Centro de Recuperação Feminino (CRF), em Ananindeua, região metropolitana de Belém, participaram de uma programação que levou o planetário para dentro da unidade prisional. O evento ocorreu nesta segunda-feira (28) em parceria da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e Universidade do Estado do Pará (Uepa) com a Superintendência do Sistema Penitenciário (Susipe).
 
Durante a ação foram usadas duas salas de aula do CRF para as apresentações. Na primeira, algumas internas, juntamente com uma equipe do planetário, fizeram mostras de objetos e máquinas, além de exposições sobre a revolução industrial e outros assuntos estudados ao longo do ano. Na segunda sala de aula, um domo inflável foi montado para que as detentas pudessem ter a experiência de ver e aprender sobre o sistema solar.
 
“Foi uma experiência incrível, uma oportunidade que nunca tive quando estava em liberdade. Todo o conhecimento que tenho recebido aqui e o fato de ter voltado a estudar mudou minha vida. Digo que renasci quando vim para cá, porque me deram muitas oportunidades que nunca tive quando não estava presa. Além de completar a primeira etapa do ensino médio, conheci o planetário”, afirmou a detenta Antônia Diana Ribeiro, 39 anos.
 
Para a coordenadora estadual da Seduc, Núcia Azevedo, viabilizar projetos como o do planetário é essencial para a formação das internas. “Dar acesso às pessoas que não têm oportunidade, como é o caso dessas mulheres privadas de liberdade, é muito importante. Assim se criam oportunidades para que elas busquem novos caminhos. Também é muito importante essa parceria interinstitucional, porque o que é publico tem que ser público, e já que essas mulheres não podem ir até o projeto, trazemos o projeto até elas”, afirmou.
 
A diretora do Planetário do Pará, Sinaida Vasconcelos, acredita que levar o experimento para essas mulheres contribui diretamente no aprendizado do que é ensinado nas aulas. “A partir do momento em que o objeto de estudo se torna palpável, concreto, pode ser visto no cotidiano e como se aplica no dia a dia, com certeza ele ganha um significado que vai muito além dos livros e das quatro paredes da sala de aula. Faz com que o aluno queira buscar mais conhecimento, desperta o interesse”, explicou.
 
O evento teve como objetivo despertar o interesse profissional nas detentas. “Esperamos que elas se descubram, encontrem o caminho que gostariam de seguir profissionalmente, descubram as ciências naturais e, a partir daí, sintam vontade de fazer uma licenciatura, seguir no caminho da física, da química ou da biologia. O objetivo é lançar essa semente educacional”, afirmou a coordenadora educacional do CRF, Lindomar Espíndola. Depois do sucesso na ação do Planetário e da participação ativa das internas, novas parcerias já estão sendo ajustadas, uma delas com o Cine Clube Uepa, no qual as pressas discutiriam sobre cultura e arte após a exibição de filmes.
 
 
Texto: Timóteo Lopes/ Ascom Susipe
Foto: Thiago Gomes/ Ascom Susipe