Aos 76 anos, o agricultor Martinho Oliveira Dias decidiu realizar pela primeira vez o teste de glicemia.O exame, que levou aproximadamente cinco minutos, detectou quantidade elevado de açúcar no sangue. O resultado: Martinho é diabético. O idoso, que também sofre de pressão alta, fez o teste gratuitamente, na manhã do último domingo (22), em mais uma ação de saúde do Projeto Uepa nas Comunidades, que esteve no município de Bujaru.
A ação reuniu cerca de 70 voluntários, entre médicos e acadêmicos dos cursos de Medicina, Enfermagem, Educação Física, Fisioterapia e Música da Uepa. A equipe ofereceu a população que veio do centro da cidade, colônias e ramais, serviços de orientação postural, orientação jurídica, aferição de pressão, atividades físicas, exame de glicemia, preventivo (PPCU), tipagem sanguínea, atendimento em clínica médica, mastologia, ginecologia, ortopedia, cardiologia e neurologia. Os serviços foram prestados, simultaneamente, no Centro Social da Paróquia São Joaquim, na Escola Municipal São Joaquim e no Consultório Móvel, todos localizados no centro de Bujaru. Houve também uma oficina de violão com os acadêmicos de música, em uma igreja evangélica.
A agricultora Maria de Jesus Dias Natividade, 43 anos, comentou durante o atendimento ginecológico, ter feito o último preventivo um mês e meio atrás. Ela trouxe o resultado para o médico avaliar. Maria nunca passou pelo exame de ultrassom da mama. Ela foi orientada e recebeu encaminhamento para o exame. “Sinto dores nos seios. Sai um líquido preto. Aqui consegui pegar um encaminhamento para o exame. Vou levá-lo amanhã no posto para marcar. Desde o ano passado estou tentando essa consulta e consegui hoje aqui nesse projeto”, contou.
Há cinco anos, após um Acidente Vascular Cerebral (AVC), o eletricista Joeldo Nero Neves, 38 anos, teve os movimentos do corpo debilitados. A fala também foi prejudicada. Após anos de recuperação, no início de maio e no dia das mães, Joeldo caiu no chão, perdeu a consciência e ficou novamente com os movimentos afetados.
A esposa, Neli Martins Neves, 42, acompanhou Joeldo na consulta com o neurologista. O especialista informou ser grave o caso e recomendou o exame de ressonância. “ Ele está recuperando os movimentos. Costuma ficar em repouso. Vamos para Castanhal ou Belém fazer o exame. Ele não consegue mais trabalhar. Antes saíamos nos fins de semana para o igarapé, mas agora não tem como. A partir de agora, espero que consigamos encontrar a solução para a cura dessa doença”, diz Neli, esperançosa.
De 10h as 13h30 contabilizaram-se 1.672 atendimentos. A maior procura foi para o serviço de aferição de pressão. O acadêmico do décimo semestre de Enfermagem, Tárcio Amoras, 26 anos, prestou este serviço. Segundo ele, quanto mais se pratica, mais se aperfeiçoa, e a comunidade é quem ganha. “Essa é uma forma que encontro de retribuir para a comunidade o que aprendo. A sociedade investe na gente e contribuímos com a sociedade. Colocamos em prática o que aprendemos”, enfatiza ele.
A pró-reitora de extensão, a médica Mariane Franco, esteve engajada nos atendimentos. Ela se emocionou ao falar da ação em Bujaru, pois sentiu de perto a carência que a população tem em serviços médicos. “ É uma comunidade que tem necessidade de assistência em saúde. Quando nós escutamos o relato das pessoas dá até vontade de chorar. São pessoas que moram longe, em colônias, ramais, muitos não têm atendimento médico e essa foi a oportunidade”, destacou.
Em 2016, a quarta ação de saúde do Projeto Uepa nas Comunidades ocorreu em bujaru. A próxima está marcada para 2 de junho, de 8h as 12h, e é intitulada de Uepa Zika Zero. A atividade irá orientar os moradores e estudantes das escolas em torno do Centro de Ciências e Planetário sobre as formas de combate, proliferação do mosquito Aedes Aegypti, e a prevenção conta o H1N1. A ação se estenderá aos demais campi.
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Texto: Renata Paes
Foto: Nailana Thiely