A Universidade do Estado do Pará (Uepa) e o Grupo Arboris executam em parceria o Programa Adote uma Espécie Florestal. Por intermédio do Programa, cerca de 7000 hectares de florestas nativas, no município de Dom Eliseu, estão à disposição dos acadêmicos e professores do curso de Engenharia Florestal para o reconhecimento de 320 diferentes espécies florestais comerciais. O Adote uma Espécie visa o uso e a conservação de florestas naturais.
Na primeira fase, os acadêmicos participam de uma solenidade de adoção, que consiste na marcação e identificação das espécies adotadas. A partir desse momento, os acadêmicos se comprometem em estudar a fundo as propriedades das árvores e se tornarem especialistas nela. Participam do projeto docentes e discentes do campus Paragominas.
De acordo com o aluno do 4º semestre, Erick Jahn Nascimento Coelho, 20 anos, a participação no Programa possibilita conhecer as particularidades das espécies vegetais. “Isso me permite adquirir conhecimentos relacionados ao manejo e uso sustentável dos recursos florestais da região”, diz ele.
Já a estudante Kássya Oliveira, 19 anos, destaca que quanto mais vegetações forem descobertas, maior será o número de produções científicas. “O Projeto tem compromisso com a ciência, tecnologia e com a própria instituição, e se todos adotassem uma espécie florestal na Amazônia, teríamos muito mais produção científica na área de recursos florestais”, frisa.
Para o professor e coordenador do Adote no campus Paragominas, Madson Sousa, a partir do estudo aprofundado das árvores, os acadêmicos aperfeiçoarão a qualificação e consequentemente terão mais facilidade de inserção no mercado de trabalho. “Eles conseguirão responder às demandas de mercado por meio da pesquisa e ensino. Formaremos engenheiros com conhecimentos teóricos e práticos, do chão da floresta ao chão da fábrica. Isso terá um diferencial imenso no perfil futuro dos nossos alunos. Além do mais, futuramente pretendemos estreitar mais ainda esse laço com a perspectiva de estabelecermos um programa de trainee”, enfatiza o professor.
O coordenador do curso de Engenharia Florestal, Nelivelton Gomes, reforça que o trabalho em conjunto traz benefícios às instituições e também ao meio ambiente. “Os professores ganham em função das pesquisas, os alunos das publicações e o Grupo Arboris que almeja informações básicas para realizar manejo florestal. Vamos sair na vanguarda da pesquisa em paricá, que é uma espécie nova na Região Amazônica. Tem outras espécies que precisam ser descobertas para diminuir a pressão sobre as espécies comerciais. Esse processo vai dar mais segurança para o aluno que sai formado pela Uepa, ter muito mais chances de sucesso”, destaca.
O diretor-presidente do Grupo Arboris, Marco Siviero, frisa que a floresta deve se tornar um ativo financeiro, um bem desejável e usufruído para que as famílias se disponham a mantê-la. “Para realizar o manejo, sob a melhor tomada de decisão, é necessário deter as informações silviculturais, ecológicas e tecnológicas de cada espécie florestal”, diz ele.
O acordo de cooperação entre Uepa e Grupo Arboris, assinado em 2015, compreende quatro grandes planos de trabalho: Caracterização tecnológica de 10 espécies; Adote uma Espécie; Projeto de Manejo em Floresta Natural Fortemente Antropizada – SubBosque II; e Disciplinas de Paricá I, II e III, que capacitarão Engenheiros Florestais desde a contratação do recurso financeiro em banco, implantação da cultura, execução dos tratamentos silviculturais até a colheita.
A ideia é que os três campi da Universidade em que há o curso de Engenharia Florestal - Belém, Paragominas e Marabá – participem dos projetos. “A Uepa tem perfil e força em tecnologia de madeira. Ela é uma instituição nova, com vontade, e tem gás para fazer os trabalhos”, destaca o diretor do Grupo Arboris, Marco Siviero.
Texto: Renata Paes
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