Iniciou na manhã de hoje, 29, o I Simpósio Nacional de Geografia na Amazônia (Singam), promovido pela Universidade do Estado do Pará (Uepa). O evento realizado no município de Barcarena vai até o dia 1º de outubro e apresenta o tema Fronteiras, Grandes Projetos e Movimentos Sociais. Os debates e palestras do encontro são norteados por cinco eixos temáticos: Urbanização e Grandes Projetos; Fronteira Agrícola e Conflitos Agrários; Educação Ambiental e Ensino de Geografia; Geoprocessamento e Análise Espacial; e Movimentos Sociais e Resistência
O Singam busca reunir um conjunto de discussões acerca das implicações socioespaciais em função da expansão da fronteira econômica, sobretudo, a partir da implementação de grandes projetos de exploração dos recursos naturais. Nesse sentido, compreender a dinâmica econômica, social e ambiental da fronteira surge como uma necessidade de se pensar o papel das universidades amazônicas, no que diz respeito a educação de políticas públicas que versem pela sustentabilidade e pelo desenvolvimento regional. De caráter nacional, o evento reúne estudantes de graduação, de pós-graduação, professores e pesquisadores das mais diversas instituições de ensino superior do Brasil, organizações não-governamentais e institutos de pesquisa.
Desde os anos 1960, a Amazônia é palco de grandes e controversas intervenções, como projetos de extração mineral e madeireira, incentivo a agropecuária de exportação, construção de usinas hidrelétricas e a abertura de rodovias para o projeto de integração da Amazônia, à lógica da economia nacional-global. Entretanto, esse “progresso” não veio sem custos para a região. “Inúmeros problemas de ordem social e ambiental passaram a fazer parte do contexto regional, em função de um avanço do capital em direção à fronteira, que desrespeitou as atividades econômicas tradicionais já existentes na região, pois a Amazônia foi considerada um ‘espaço vazio’ a ser preenchido, e, portanto, carente de intervenção”, observa o coordenador do curso de Geografia da Uepa, Aiala Colares, um dos organizadores do Singam.
Mais informações sobre o decorrer da programação está disponível no www.singam.com.br.
Texto: Fernanda Martins
Foto: Rodolfo Oliveira/Agência Pará