Belém 400 anos abre exibições do Cineclube neste semestre

Enviado por Ize Sena em Qua, 24/08/2016 - 12:13
O Cineclube Valmir Bispo da Universidade do Estado do Pará (Uepa) deu início às atividades do segundo semestre de 2016, na última terça-feira, dia 23, com a exibição do documentário Belém 400 anos - A influência francesa na capital paraense. A sessão, com entrada franca no auditório da Reitoria, contou a presença do diretor do filme, Fábio Ávila, e do integrante da Associação dos Críticos de Cinema do Pará (ACCP), Arnaldo Prado Junior.
 
Produzido pela Aliança Francesa de Belém, o roteiro é ilustrado por imagens do fotógrafo e cinegrafista Fábio Knoll, que joga luz sobre as diversas nuances da influência francesa na capital amazônica. A narrativa construída a partir de cerca de 30 depoimentos coletados durante entrevistas feitas com personalidades e habitantes locais, se dedica a acolher e a preservar a memória dessa influência que pode ser vista de forma evidente num simples passeio pelo Centro Histórico ou sentido de forma sutil durante um concerto no Theatro da Paz.
 
Além do patrimônio material, a exemplo do legado deixado em monumentos como o Museu Paraense Emilio Goeldi, o Palácio Antônio Lemos, o Palácio Lauro Sodré, a Praça Batista Campos ou a Praça da República, o filme também destaca a influência imaterial presente em momentos que muitas vezes passam despercebidos. 
 
“Sou belenense e tenho muito orgulho disso. Às vezes, a gente viaja e quer conhecer outros lugares, mas esquece das belezas e do encanto da cidade. Há ainda muitos lugares desconhecidos e encantadores na capital, a exemplo dos casarões abertos ao público no centro histórico. O que falta é uma apropriação disso, se sentir parte da cidade, e o filme e o debate vem justamente para despertar esse sentimento na gente. Não podemos apenas passar por Belém, mas viver e cuidar da cidade”, frisou a estudante da Especialização em Estudos Linguísticos e Análise Literária, Amalia Paes. 
 
Para o diretor, o filme é uma oportunidade para que os moradores se questionem ‘Será que Belém está bem cuidada?’ e ‘Como estará daqui a 100 anos?  Ávila destacou a importância da exibição para um público universitário.  “Para o estudante é incentivo para poder começar a apreciar Belém. Por que em Londres eu vou no Hyde Park, em Nova York, no Central Park e em Belém por que eu não vou no Bosque Rodrigues Alves. Por que? Tem alguma coisa errada no conceito do que é bom, na minha leitura”, avaliou. 
 
“O estudante pode descobrir que tem muitas coisas a serem vistas e esse é o momento da revolta, da descoberta, da criação. Então é uma idade maravilhosa para levar a reflexão de que vivemos numa cidade que não está bem, mas que pode ficar com ajuda de todos nós que somos responsáveis”, alertou Fábio.
 
Após a exibição do filme, o público compartilhou experiências e olhares sobre como valorizar a cidade e ainda participou de um quiz sobre questões do filme. Quem acertou as perguntas ganhou exemplares do DVD. A exibição teve direito a certificado.
 
Texto e foto: Ize Sena