Alunos de Pedagogia mostram a criatividade para ensinar

Enviado por Fernanda Martins em Qui, 25/08/2016 - 14:49

Para provar que tanto aprender quanto ensinar pode ser mais fácil, alunos do quinto semestre do curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Pará (Uepa) apresentam durante todo o dia de hoje, no Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE), novas propostas para o Ensino Básico em escolas públicas municipais e estaduais. O IV Expociência mostra ao público que uma nova abordagem de assuntos tidos como chatos pelas crianças pode ser o suficiente para despertar o interesse por novas áreas de conhecimento.

Você se lembra de estudar fósseis na sala de aula? Talvez lembrasse se a metodologia utilizada fosse como a das estudantes Ester Mauris, de 22 anos, e Glauce Oliveira, 20. Elas desenvolveram o assunto de forma lúdica e interativa utilizando materiais baratos como papelão, isopor e palitos de picolé. “As escolas públicas dificilmente possuem recursos visuais, por isso priorizamos um meio de prender a atenção dos alunos em um assunto difícil, que são os fósseis, cujo conteúdo é muito teórico”, explicou Ester. O experimento foi aplicado em sala de aula com 20 alunos do 5º ano, na escola Maria Emília Antunes.

Os tipos de fossilização foram impressos em  cartelas, um esqueleto de dinossauro construído com papelão e palitos e um modelo de isopor permitiu aos alunos reproduzir pegadas dos grandes répteis. O resultado deste aprendizado foi testado não com uma prova, mas com um jogo de tabuleiro: o Fóssil Game, onde os alunos respondiam perguntas e progrediam no jogo de acordo com seus acertos. “O retorno deles foi muito positivo. No início, passamos uma pesquisa para saber o quanto eles sabiam sobre o assunto, e o resultado foi quase nada. Quando terminamos, eles responderam uma questão dissertativa sobre o conteúdo e as respostas foram muito completas”, contou Glauce.

A resposta dos alunos do 3º ano à proposta pedagógica das alunas Fernanda Soares, de 27 anos, e Ivana Oliveira, de 26, foi estímulo suficiente para elas. Determinadas a fazer as crianças de 9 a 10 anos entenderem os malefícios de uma dieta cheia de produtos industrializados. Com recursos simples como um quadro de EVA que ilustra como a diabetes se desencadeia no organismo; moléculas de açúcar, gordura e óleo construídas com bolinhas de isopor e palitos de dente para mostrar como se dá a quebra destas substâncias pelo organismo; e até mesmo o sistema de pressão arterial feito com mangueiras e água tingida de vermelho.

“Para crianças menores, apenas dizer que um alimento faz mal não é suficiente. Porém, quando se mostra em detalhes o motivo de aquilo ser ruim para a saúde, eles entendem bem”, afirmou Ivana. Para completar a aula, a dupla mostrou para os pequenos as quantidades de açúcar, gordura e sal contidas nos alimentos industrializados e ainda um comparação com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). “A reação deles foi uma surpresa. Durante toda aula eles fizeram perguntas e até tomaram notas. Acredito que a partir de agora eles serão multiplicadores dessas informações para seus familiares e amigos. O método deu muito certo”, conclui Fernanda.

O diretor CCSE, Anderson Maia, reforçou o apoio do centro a este tipo de atividade. “Eventos como o Expociência contribuem para a formação dos alunos. Desta forma, estamos também contribuindo para a formação daqueles que futuramente serão formados por eles lá fora”, ressaltou. Para o coordenador das licenciaturas em Ciências Naturais, João Paulo Passos, o caráter multidisciplinar dos trabalhos é um dos diferenciais do evento. “A formação do pedagogo é muito ampla e diversificada, com muitas possíveis áreas de atuação. Com esse evento, tentamos motivar os alunos a buscar o caminho da educação, ou seja, fazer com que desperte neles o desejo de ensinar. Principalmente nas Ciências Naturais, novas metodologias de ensino são sempre necessárias”, observou. 

 

Texto: Fernanda Martins

Fotos: Nailana Thiely