A Universidade do Estado do Pará (Uepa) em parceria com a Universidade de Shandong, na China, lançou oficialmente na noite desta terça-feira, 25 de outubro, o Instituto Confúcio. A cerimônia foi realizada no Teatro Maria Sylvia Nunes, da Estação das Docas, em Belém. A solenidade foi aberta com o Hino Nacional da China e do Brasil. Houve o descerramento da placa inaugural pelo reitor da Uepa, Juarez Quaresma; o Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica (Sectec), Alex Bolonha Fiúza de Mello; o representante da baixada da China, Wang Wei; e o reitor da Universidade de Shandong, Tang Bo. A placa ficará no Instituto Confúcio da Uepa.
Em discurso, Juarez Quaresma agradeceu a parceria com a China, sem data limite para término. " O lançamento hoje representa um importante marco da ampliação de horizontes no coração de uma cidade multicultural. Estamos dando um passo estratégico com o extremo oriente, unindo dois povos ao mesmo tempo tão distantes e tão próximos. O Instituto Confúcio estará à disposição dos nossos alunos e público externo para ofertar cursos, intercâmbio, acervo didático para acesso a esse mundo tão grande a se descobrir", frisou.
Na Uepa, o Instituto Confúcio oferta desde junho de 2016 o curso de Mandarim, língua chinesa falado por um quarto da humanidade. As aulas ocorrem no prédio da Eduepa, e são ministradas por professores chineses, ligados à Universidade de Shandong. Os próximos resultados dessa parceria incluem a oferta de bolsas de graduação, mestrado, doutorado, intercâmbio entre as instituições, pesquisas e tecnologias. Além de expandir o conhecimento dos acadêmicos da comunidade em torno da economia e cultura chinesa.
É exatamente na possibilidade de vislumbrar outra realidade cultural e educacional que a acadêmica de Turismo da Universidade Federal do Pará (UFPA), Maria Tomaz do Santos, faz o curso de Mandarim. “Nele vou ter a chance de mudar, transformar, e revolucionar a minha realidade. Futuramente haverá bolsas para os alunos irem à China passarem um mês, e claro, ter conhecimento de outras culturas agrega conhecimento ao meu curso. A cultura chinesa é muito distante da nossa cultura ocidental. É exatamente essa curiosidade, esse distanciamento da nossa cultura, da nossa linguagem oriental que me levou a fazer o curso”, ressalta ela.
O reitor destacou a responsabilidade que a Uepa tem em ser a primeira da Região Norte a receber o Instituto Confúcio. “A nossa responsabilidade é grande porque a implantação do Instituto Confúcio não representa apenas uma escola de mandarim, mas uma demanda que visa a aproximação da China com o Brasil e mais especificamente com o Pará e a Região Amazônica. Consequentemente, se espera muito da Universidade nesse sentido”.
Para Tang Bo, China e Brasil são países multiculturais, que juntos conseguem prospectar novas possibilidades em ensino, pesquisa e extensão. “ Queremos celebrar a abertura do Instituto. Agradecer a todos pela parceria entre Uepa e a Universidade de Shandong. Vemos um futuro brilhando para as duas instituições. O Instituto não só desempenha um papel de promover a amizade e a relação, mas também uma plataforma das culturas e uma ponte entre a China e o Brasil. Para a Universidade, assumimos essa responsabilidade social”, pontuou ele.
E revelando o lado cultural da China, o encerramento do evento foi marcado por apresentações de músicas cantadas pelos alunos do curso de Mandarim, artes marciais, danças, e solos em instrumento musicais típicos da China, como o sheng, formado por tubos verticais
O estudante do último ano do Ensino Médio, Gustavo Pereira, 18 anos, esteve na plateia assistindo a programação. Preste a entrar no ensino superior, ele se empolga com a possibilidade de estudar na Uepa e conseguir uma bolsa e estudos na China. “ A chance de estudar fora abre muitas portas para pessoas que não teriam condições financeiras de ir por conta própria. Sempre me interessei por intercâmbio e fiz um curso de inglês pensando nisso”, diz ele.
HISTÓRICO
O Instituto Confúcio está presente em mais de 110 países. A vinda da Instituição ao Pará partiu da visita feita pelo governador Simão Jatene à China, em 2012, para fortalecer relações comerciais entre o Pará e a potência asiática. Em 2013 a Uepa assinou acordo de cooperação com a Shandong Normal University (SDNU) exatamente com essa finalidade.
A instalação do Instituto Confúcio no Pará foi confirmada em ato que em 2014 reuniu a presidente Dilma Rousseff e o presidente da China, Xi Jinping, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF). Na ocasião, uma assinatura de termos garantiu a criação de novas unidades do instituto chinês no Brasil.
Confira as fotos da cerimônia no link: https://www.flickr.com/photos/biuepa/albums/72157675721813045
Texto: Renata Paes
Fotos: Nailana Thiely