A noite de segunda-feira, 14 de novembro, foi marcada pelo fenômeno da SuperLua, previsto para ocorrer novamente em 25 de novembro de 2034. Cerca de 30% mais brilhante e 12, 4% maior, a lua, que reflete a luz do sol, ontem esteve a 347 mil km dos seres humanos. Esse é o mais próximo que ela chega da Terra. O Centro Ciências e Planetário da Universidade do Estado do Pará(Uepa) quis aproximar mais ainda a população da Superlua ao colocar à disposição três telescópios para visualização dos detalhes do satélite natural da Terra.
Aproximadamente 900 pessoas foram conferir de perto o fenômeno. A previsão dos astrônomos e físicos era de que a SuperLua chegasse ao ápice às 19h52. Mas para isso a previsão do tempo também deveria estar favorável. E esteve ao indicar céu limpo e sem chuvas na capital paraense.
Tudo parecia ideal para o espetáculo do universo. Mas até às 19h15, o céu nublado, nuvens aparentemente carregadas, e vento frio começavam a preocupar quem queria ver o fenômeno. A operadora de caixa, Rosangela Cordovil, 42 anos, saiu mais cedo do trabalho, chegou ao Centro de Ciências às 17h. Ao olhar para o céu, ela acreditava que infelizmente não conseguiria ver a Superlua. “ Pelo andar da carruagem, esse vento frio, e essas nuvens, não vai ter lua. Estou vendo isso pelo tempo. É como dizia minha avó no passado, se o vento não levar essas nuvens para o outro lado, está difícil”, disse.
“Estou preocupado com esse vento frio. O tempo mudou. Se começar a chover vamos ter que nos preparar para tirar os telescópios que não podem molhar”, afirmou o técnico em física do Centro de Ciências e Planetário, Victtor Takeshi.
A lua, de fato, quis dar um espetáculo à parte que ninguém previu. Por volta de 19h28, entre as nuvens aparece um feixe de luz semelhante a cor alaranjada, aos poucos se expandindo. Lá vinha a SuperLua aparecendo gradativamente no céu, como quem chega e guarda o melhor para o final. Sob aplausos dos expectadores ansiosos, ela mostra-se radiante no céu às 19h30.
O engenheiro civil Pedro Paulo Bezerra, 53 anos, acompanhado do filho, Pedro Paulo Bezerra Filho, 10 anos, foram os primeiros da fila a observar a SuperLua pelo telescópio. “ Linda, muito linda”, disse emocionado o menino. “ A luz dela é tão forte que não conseguimos nem enxergar os detalhes das crateras”, contou o pai.
Incentivar o filho a conhecer sobre astronomia foi o que levou Pedro Paulo até o Centro de Ciências. “ Eu quero que ele entenda que tudo envolve a física, a astronomia e que somos insignificantes no meio da grandiosidade do universo. No mundo globalizado é preciso ter esse conhecimento também”, ressaltou.
O Centro de Ciências e Planetário abriu as portas para receber o público às 18h, porém desde às 16h já havia pessoas no portão esperando para entrar. “ O objetivo da nossa programação é sensibilizar a população pela astronomia, entender esses fenômenos”, destacou a diretoria do Centro, Sinaida Vasconcelos.
Para que esse conhecimento fosse expandido, programaram-se duas sessões na Cúpula para explicar de forma didática o que seria o fenômeno da SuperLua. O técnico em física Vicctor Takeshi foi quem realizou as palestras. Devido à grande quantidade de público, se fez necessário realizar três sessões. Professora Sinaida destacou que à frente do Centro de Ciências e Planetário, esse foi o evento que recebeu maior público. “ Recebemos muitas pessoas que vieram ver o eclipse lunar, mas acreditamos que a Superlua superou a média de público. Realmente, cada vez mais o interesse das pessoas cresce pelos fenômenos astronômicos”, frisou ela.
O Centro de Ciências e Planetário funciona de terça a sábado, com visitações na Cúpula e no Centro de Ciências. Aos sábados as programações são abertas ao público em geral, a partir das 15h para visitação ao Centro e 17h sessão na Cúpula. Durante a semana, é a vez das escolas fazerem agendamentos. Os agendamentos são realizados pelo e-mail agenda.planetário@gmail.com.
Veja as fotos do evento no link: https://www.flickr.com/photos/biuepa/albums/72157675093227701
Texto: Renata Paes
Fotos: Nailana Thiely